Cris Arcangeli conta como deixou Shark Tank para transformar a vida de mulheres empreendedoras

Empreendedora foi convidada do programa Mulheres Positivas desta segunda; e revelou maneiras de usar o empoderamento como ferramenta de libertação das amarras da sociedade

  • Por Jovem Pan
  • 23/11/2020 17h44 - Atualizado em 23/11/2020 19h09
Cris Arcangeli / Divulgação Cris Arcangeli fez projeto para ajudar mulheres empreendedoras

A empreendedora Cristiana Arcangeli, que é uma investidora serial, dona da marca Beauty’in e conhecida no Brasil por uma série de ações sociais envolvendo capacitações de empreendedores, deixou o programa Shark Tank após quatro temporadas para focar em um projeto de empoderamento feminino. Em conversa com Fabi Saad, apresentadora do programa Mulheres Positivas, da Jovem Pan, nesta segunda-feira, 23, ela contou sobre o momento atual da vida e deu dicas para quem quer investir em negócios. “Eu gosto muito do programa [Shark Tank], é muito legal, mas nesse momento eu acho que quero fazer uma coisa que dê visibilidade, dê entretenimento, mas que dê bastante educação empreendedora para quem assiste”, lembrou. A partir dessa vontade, ela produziu a primeira edição do programa “Paraisópolis a 1000”, que em comemoração ao Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino fez uma competição entre cinco startups fundadas por mulheres na favela de Paraisópolis, em São Paulo. Todas receberam mentorias de quatro jurados especialistas no assunto e acompanhamento até que os negócios se transformem.

A ideia de Cris surgiu de uma inquietação no começo da pandemia do novo coronavírus no Brasil. “Fiquei com aquela sensação de que eu tinha uma certa responsabilidade, alguma força de transformação para mudar essa situação. Desde lá eu fiz vários projetos. Eu sentei numa cadeira em 17 de março e fui levantar em junho eu acho”, afirmou. Além do Paraisópolis a 1000, ela também criou a primeira maratona de empreendedorismo online, que conseguiu estimular a doação de mais de 70 toneladas de alimentos no delicado período da pandemia. Uma das notícias responsáveis pela iniciativa voltada a mulheres foi a de que mais de 20 mil salões de beleza tinham fechado apenas em São Paulo por causa da crise. “Me deu uma luz e eu falei ‘eu vou transformar o meu negócio em um negócio de venda direto. Porque assim eu dou uma oportunidade de ganho de independência financeira. Criamos uma frase que diz que empreender liberta, porque liberta para as mulheres. Elas têm uma independência financeira, podem tomar suas próprias decisões, ter suas próprias escolhas. Então por um lado os negócios delas vão melhor e por outros ela também se liberta e pode tomar suas próprias decisões”, lembrou.

A visão de Cris sobre esse processo de libertação vai muito além da independência financeira, já que a obtenção da renda é uma forma de se libertar de outras amarras, como até mesmo da violência doméstica. “Ir até as mulheres e dar essa independência financeira cria uma condição onde ela é menos refém de situações que talvez não sejam tão vantajosas”, lembrou. Um dos erros mais comuns que ela vê em empreendedoras e empreendedores é a falta de conhecimentos técnicos em gestão e outros pequenos ajustes possíveis de serem feitos com auxílio de outras pessoas com experiência. Para ela, uma forma de se melhorar a vida útil dos empreendimentos é o fornecimento de mentorias. “A gente aprende muito mais com os erros do que com os acertos. Toda a dificuldade, todo o desafio traz muito ensinamento e muita oportunidade”, disse. Para Arcangeli, um livro que todos deveriam ler, principalmente se envolvidos com o mundo do empreendedorismo, é o “Organizações Exponenciais”, do autor holandês Yuri Van Geest. Outra influência cultural para ela é a série The Crown, da Netflix, que conta a história da Rainha Elizabeth e dos membros da coroa britânica ao longo de décadas de vida. “Quando eu assisti eu falei assim: essa mulher, a rainha Elizabeth, ela passou por tudo na vida. Ela começou lá, passou pela segunda guerra mundial e agora está aqui, de máscara, na quarentena”, afirmou, lembrando do exemplo de mulher forte que ela é. Como mulher admirável, a empreendedora lembrou de Luiza Trajano, dona das lojas Magazine Luiza. “Ela é uma grande parceira das coisas que eu faço”, afirmou.

Confira o programa Mulheres Positivas desta segunda-feira, 23:

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