De estagiária a CEO, Ju Azevedo explica como criou uma das campanhas de marketing mais premiadas do mundo

Executiva na P&G, Juliana participou do programa ‘Mulheres Positivas’ e contou sobre o impacto da campanha da Always ‘Like a Girl: Rewriting the rules’

  • Por Jovem Pan
  • 15/02/2021 17h09 - Atualizado em 15/02/2021 17h17
Reprodução/ Facebook Juliana Azevedo é CEO da Procter & Gamble

A convidada do programa “Mulheres Positivas” desta segunda-feira, 15, é Juliana Azevedo, CEO da Procter & Gamble e responsável por uma das campanhas mais premiadas globalmente da marca de absorventes Always, “Like a Girl: Rewriting the rules”. Formada em direito e engenharia, ela entrou na P&G como estagiária para aprender mais sobre marketing e acabou no posto de CEO. “Apesar de ter feito duas faculdades, percebi que não iria conhecer a parte de marketing na escola e fui para a P&G para aprender, mas me apaixonei. É uma empresa com valores maravilhosos, e lá fiquei. Estou há 25 anos”, contou. Ju, como é chamada pelos amigos, coloca a dedicação e disciplina como pontos altos de sua personalidade para chegar a onde está.

“Desde pequena eu estudei e trabalhei bastante. O que também me ajudou foi o apoio de uma família maravilhosa e de uma equipe incrível. E tive sorte. Sorte de criar e aproveitar as oportunidades que sempre estiveram no meu caminho. Muitas vezes precisamos encontrar a sorte, encontrar a oportunidade. Acho que é muito sobre a atitude que você tem perante o que se apresenta na sua vida. Eu imaginei muitas vezes que ia chegar a um lugar de uma forma. E eu cheguei, mas com um traçado diferente”, ressaltou a executiva. À frente de uma das campanhas de marketing mais premiadas em Cannes Lions, Juliana falou sobre o impacto da ação na vida de milhares de meninas ao redor do mundo.

“A Always está presente em 130 países. Essa é uma campanha que faz o negócio crescer, e o faz bem. A essência era a de que ‘se você faz algo como menina, é porque não faz tão bem’. E a gente foi, justamente por meio de uma empresa que nasceu há 30 anos para empoderar as mulheres, levantar essa questão: por que fazer como meninas é ruim?’. Depois da campanha, 8 em cada 10 meninas que tinham assistido ao comercial haviam entendido que fazer como menina era uma coisa positiva. Na Copa do Mundo, conseguimos mudar tanto a ideia que existiam camisas com [a frase] ‘Play Like a Girl’ (‘Jogue Como uma Garota, em tradução livre). Fomos trabalhando várias vertentes e conseguimos promover uma transformação social”, ressalta.

Nos caminhos da profissão, a executiva lembra de uma personalidade em especial que a fez ficar de boca aberta. “Uma brasileira famosa que eu tive a oportunidade de conhecer foi a Gisele Bündchen. Ela é responsável por divulgar a marca Pantene aqui no Brasil. E, além de ser linda, talentosa, generosa, maravilhosa e um monte de ‘osas’, no auge da carreira dela, quando íamos fazer um trabalho, o que me admirou foi o profissionalismo e a humildade para a busca pela perfeição. Isso com 20 anos de carreira, mas ainda se exigindo em como melhorar”, contou.

A importância da diversidade e inclusão nas empresas

Questionada sobre pautas sociais no ambiente corporativo, Ju comentou que as empresas que apostarem em diversidade e inclusão de maneira verdadeira poderão sair ganhando. “Acho que a sociedade está empurrando as empresas para que elas abracem a inclusão e a diversidade como uma verdade. Aquelas que vão ter um progresso mais pungente são as que acreditam como uma estratégia, não como último tópico. Creio que o consumidor, de modo geral, vai refutar os produtos e serviços que não tenham isso de forma autentica na sua estratégia e gestão”, disse. “Na P&G 40% dos funcionários são mulheres e 50% dos líderes são mulheres. Amanhã esse número pode mudar, hoje nós temos boas políticas e amanhã as mulheres podem precisar de algo diferente. A inclusão etnico-racial é algo que precisamos melhorar. O líder precisa estar confortável e humilde para pensar ‘já cheguei até aqui e tenho muito onde chegar’ e os consumidores vão cobrar isso”, completou.

Confiante nas pessoas, a CEO dá uma dica para quem quer seguir seus passos. “Se conheça. Para descobrir a sua luz, porque todo mundo tem a sua luz. As empresas não querem robozinhos todos iguais, para isso já estamos criando robôs, queremos esse brilho individual que cada ser humano tem e quer oferecer. E a partir disso, acredite e se dedique que você vai chegar onde quiser”. Para ela, é fundamental ter um conhecimento de línguas estrangeiras para ter sucesso. “Saber outras línguas é importante na comunicação. No mundo dos negócios é importante se comunicar bem, se não você não vai a lugar nenhum e se domina outro idioma, isso faz mais sentido”, avaliou.

Confira o programa “Mulheres Positivas” desta segunda-feira, 15, na íntegra:

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