Mulheres podem reproduzir machismo de forma tão enfática quanto os homens, diz Tainá Muller

Atriz de ‘Bom Dia, Verônica’, série de sucesso da Netflix, foi a primeira convidada do programa Mulheres Positivas, da Jovem Pan, apresentado pela empresária Fabi Saad

  • Por Jovem Pan
  • 16/11/2020 17h17 - Atualizado em 16/11/2020 18h16
Suzana Tierrie / Netflix / Reprodução SUZANA TIERIR NETFLIX Atriz interpreta protagonista da série 'Bom Dia, Verônica'

A estreia do programa Mulheres Positivas, da Jovem Pan, que tem apresentação da empresária Fabi Saad contou nesta segunda-feira, 16, com a presença da atriz, jornalista e filósofa Tainá Muller, que teve como um dos papéis mais recentes na carreira a série “Bom Dia, Verônica”, da Netflix. Segundo ela, todos os personagens que interpretou, sendo vilões ou mocinhos, mudaram sua vida. “A matéria prima do nosso trabalho é a empatia, a gente precisa ter empatia com todas nossas personagens. Todas elas me deixaram alguma coisa”, lembrou. Sobre a série da qual é protagonista, Tainá disse que um dos principais motivos para o sucesso da produção é a discussão da presença do machismo na sociedade, além da violência contra a mulher.

“Acho que as mulheres, elas não são machistas, porque na verdade são vítimas desse sistema opressor machista, mas podem reproduzir o machismo e de uma forma tão enfática quanto os homens. O machismo na verdade é uma cultura”, lembrou, afirmando que a questão do machismo na sociedade é urgente, e prejudica não só as mulheres, mas também aos homens. Segundo ela, esse pode ter sido um dos motivos pelos quais a série obteve tanto sucesso no Brasil. Como sugestão de livro, a atriz indicou o compilado de poesias “Júbilo, memória, noviciado da paixão”, de Hilda Hilst, alguém que ela admira e que sonha em fazer uma biografia um dia. Como mulher admirável, ela escolheu a filósofa brasileira Djalmila Ribeiro.

Em conversa com Saad, ela contou, ainda, um pouco sobre o começo da carreira, em que escrevia sobre temas jornalísticos em forma de blog e trabalhava no núcleo de jornalismo da MTV de Porto Alegre. “Sempre gostei muito do lado lúdico da vida, eu sempre gostei de arte e eu tinha essa inquietação artística que não sabia muito onde colocar”, lembrou. A partir disso, ela começou a trabalhar como assistente de direção em sets de filmagem e ficou fascinada pela profissão de atriz. Seguindo carreira de modelo, a brasileira chegou a morar no exterior, mas largou o trabalho para se tornar atriz. O programa contou, ainda, com a presença de Gilson Rodrigues, principal líder comunitário de Paraisópolis. A artista relatou, também, uma experiência vivida na época em que era jornalista e passou 24 horas ao lado de moradores de rua de São Paulo. “Aquilo mudou a minha vida para sempre. Eu deitada embaixo de uma marquise na paulista, as pessoas passando por mim e eu vendo o olhar como elas me olhavam. Aquilo para mim foi muito marcante e eu nunca mais vi um morador de rua da mesma forma”, recordou.

Confira o programa Mulheres Positivas desta segunda-feira, 16, na íntegra:

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