“Não conheço pessoa mais determinada que Dilma”, defende Fernando Haddad
Durante participação no Jornal da Manhã da Jovem Pan desta quinta-feira (12), o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), foi questionado sobre o “Petrolão”, que desviou R$3,37bi da estatal. A investigação por enquanto recaiu principalmente sobre membro do Partido dos Trabalhadores e resultou na troca da diretoria da empresa. Haddad saiu em defesa de Dilma Rousseff: “trabalhei com a Dilma alguns anos como ministro e não conheço uma pessoa mais determinada quando se trata de interesse público. Ela é muito correta”.
A presidente afirma que não tinha conhecimento do esquema e o prefeito disse que é possível errar na escolha de um assessor, “ninguém está imune a confiar em quem não corresponde”. E quando foi perguntado se a presidente seria capaz de ir até as últimas consequências na investigação apenas respondeu “ela fará”.
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Gestão
Os dois primeiros anos da administração do atual prefeito tiveram, de acordo com Haddad, R$2,5bi de prejuízo por causa do congelamento das tarifas do transporte público e o impasse do aumento do IPTU, ambos em 2013. “Eu não vou parar as licitações por causa disso”, afirmou ao se referir à construção de hospitais e creches, mas ressaltou outros modos de arrecadar e economizar recursos da prefeitura. “Eu mudei as regras d licitação e nas obras de drenagem consegui 18% de desconto, a margem antes era 2%”, destacou.
Em meio às restrições econômicas, o prefeito foi questionado sobre o programa Bolsa Travesti, que oferece bolsa de R$840 para o término de estudos. “É um programa pequeno, restrito, são cem pessoas. Estão pedindo ajuda para estudar e eu acho que vale a pena tentar ajudá-las” e apontou “ignorar não é o caminho para uma cidade que se pretende moderna”.
Haddad acredita que sua popularidade também caiu por conta dos respingos da crise hídrica, “as pessoas acabam associando com a figura do prefeito”, admitiu. No entanto, Haddad participará de uma reunião nesta sexta-feira (13) com os prefeitos da região metropolitana para tentar restabelecer um comitê de crise. “É preciso um grupo executivo que tome medidas para não deixar faltar água em hospital, escola. Precisamos de um plano de contingência”, explicou, mas disse que o problema não é agora, “estamos tomando medidas pra amenizar a situação e passarmos pelo período de estiagem”.
Nomeações
Haddad esclareceu a contratação de três jovens colegas de seu filho Frederico Haddad na Universidade do Largo São Francisco. Eles ocupam os cargos de assessores técnicos e, de acordo com o prefeito, concordaram em receber salário inferior ao de mercado para trabalharem na administração da cidade. “Foram presidentes do Centro Acadêmico do Largo, assim como eu fui, e passaram na OAB um ano antes de formados. Acho que se jovens com esse currículo se dispõem a ajudar, não devem ser dispensados”, explicou.
O prefeito ainda falou sobre sua relação com o ex-tucano Gabriel Chalita (PMDB) que, também de olho na vice-prefeitura de 2016, foi indicado para a Secretaria da Educação. “Minha amizade com ele tem quase dez anos. Colocamos o interesse da educação acima dos interesses partidários” e acrescentou “a gente tem mania de achar que democracia é FLAxFLU, também é, mas temos que construir consensos”, disse ao se referir ao confronto clássico do futebol carioca.
Sobre o mais novo dono da cadeira da Secretaria de Direitos Humanos, o ex-senador Eduardo Suplicy (PT), Haddad disse que seria um erro perder a oportunidade de contar com a experiência dele na área que mais gosta, “[Suplicy]foi a primeira grande liderança do Brasil a defender programas de transferência de renda para acabar com a fome. Uma pessoa na qualidade dele não pode ser dispensada porque perdeu uma eleição”.
Sobre a nomeação do ex-secretário de Saúde para a Secretaria de Relações Governamentais, o prefeito classificou o político como “uma das pessoas mais habilidosas na política”.
Marta Suplicy
Com a possível saída de Marta Suplicy do Partido dos Trabalhadores e a pretensão da ex-ministra de assumir a próxima gestão da capital paulista, Haddad disse ainda não pensar na reeleição “tem muito tempo pela frente”.
O político também reconheceu a importância da figura de Marta e lembrou que começou sua vida pública na gestão dela em São Paulo. “Ela terminou com um bom índice de aprovação, apesar de não ter sido reeleita. [Sua saída]Seria uma perda para o partido”.
A ex-ministra afirmou que o PT precisa de mudanças e Haddad fez ressalvas, “eu acho que todo partido passa por esse tipo de coisa. Se eu não achasse que tivesse que mudar eu tinha quer sair da política”.
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