Ana Paula Henkel: ‘China opta por avanço silencioso e de dentro para fora no Ocidente’
Argentina foi um dos países mais recentes a fechar um acordo com a nação asiática; ‘Modus operandi dos chineses é que vão se instaurando em várias vertentes geográficas’, afirma a comentarista
Na última sexta-feira, 11, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou quatro acordos de investimento com a China, que se comprometeu a desembolsar US$ 4,69 bilhões para revitalizar ferrovias do interior do país. A comentarista Ana Paula Henkel, do programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, avalia que esta é mais uma aproximação da China com o Ocidente. Segundo ela, isso vem acontecendo há anos e, diferente de como ocorreu com a União Soviética, onde havia estardalhaço e “tudo era muito óbvio”, o país asiático opta por “um avanço de forma silenciosa e aos poucos”. Ana Paula, que mora nos Estados Unidos, citou o país norte-americano como exemplo.
“Esse avanço vem de dentro pra fora. Como Lincoln falava, a América muitas vezes não conseguiu ser destruída por inimigos externos, então a forma de destruir a América é de dentro pra fora. O modus operandi dos chineses é que vão se instaurando em várias vertentes geográficas. Não é teoria da conspiração, vemos nos EUA com as empresas chinesas. A China continua estendendo suas forças e seus braços pelo Ocidente, e a Argentina é um país de grande estrutura e importância na América Latina, que vive uma situação econômica em frangalhos. A China não ia perder a oportunidade de estender esse braço na América do Sul de maneira tão importante”, afirmou a comentarista.
Ana Paula ainda lembrou das tentativas de Donald Trump de “denunciar” essa influência chinesa dentro dos EUA, com medidas de restrição impostas pelo governo, como proibição aos norte-americanos de investir em uma série de empresas do país asiático. Além disso, ela afirmou que os democratas, partido do recém eleito presidente Joe Biden, tem relações com a China, e questionou os motivos para o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), investir tanto na CoronaVac, vacina produzida pelo laboratório chinês SinoVac, em parceria com o Instituto Butantã. “A China está chegando firme no Ocidente, e só não vê quem não quer. No Brasil, vemos uma vontade além do normal de empurrar a CoronaVac. Nos EUA começou a vacinação em massa com a Pfizer. No entanto, alguns agentes políticos estão empurrando a todo custo não apenas o produto chinês, mas também a obrigatoriedade do produto chinês. Sendo que ainda não sabemos os verdadeiros números de infecções e mortes que vem do país mais fechado do mundo”, finalizou Ana Paula.
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