Cabo Junio Amaral: Kalil age como ditador ao contrariar decisão de Nunes Marques sobre cultos

Deputado entrou com mandado de segurança preventivo contra prefeito de Belo Horizonte após ele negar cumprimento da decisão do STF sobre abertura de templos na pandemia

  • Por Jovem Pan
  • 05/04/2021 20h21 - Atualizado em 05/04/2021 20h57
Michel Jesus/Câmara do Deputados homem de terno e gravata falando em microfone Deputado federal Junio Amaral (PL) na tribuna da Câmara dos Deputados

Entrevistado pelo programa “Os Pingos Nos Is“, da Jovem Pan, nesta segunda-feira, 5, o deputado federal Cabo Junio Amaral (PSL-MG) falou sobre a mobilização de parlamentares para permitir a realização de cultos e missas na cidade de Belo Horizonte diante da proibição do prefeito Alexandre Kalil (PSD), que contrariou uma decisão monocrática do ministro Kassio Nunes Marques permitindo o funcionamento dos templos no país mesmo durante o auge da pandemia do coronavírus. O parlamentar frisou que a decisão do ministro Nunes Marques previa o cumprimento de rigorosas medidas de segurança, que considerou como “mais rígidas do que a própria orientação da OMS” e disse que as declarações dadas pelo prefeito – a quem chamou de “ditador” – não foram infelizes, e sim bem pensadas para benefício próprio. “É mais uma politização daquilo que era para ser tratado como uma questão técnica”, afirmou. Diante da fala de Kalil de que “o que vale é o decreto do prefeito”, Junio Amaral entrou com um mandado de segurança preventivo. Em sequência, o próprio Nunes Marques pediu esclarecimento do prefeito sobre o não cumprimento do decreto.

“Ele não executou ações no domingo, eu estava bem ansioso para que ele executasse, fiquei de prontidão acompanhando, mas na prática não houve nenhuma notificação, então acabou que ele não avançou nessas medidas. Provavelmente ele foi orientado por alguém que entende muito mais de Constituição”, afirmou. Para o deputado, a decisão de Gilmar Mendes que manteve o veto aos cultos foi estritamente política. “Não vejo essa mesma disposição dele em promover a verdadeira Justiça, mas a gente vê para tornar Lula inelegível nas suas declarações até emocionadas para defender o advogado de um réu. O ministro Gilmar Mendes é uma vergonha para o Judiciário brasileiro e eu duvido que você encontre meia dúzia de juízes para defender o contrário”, destacou. Para ele, o Senado é a única possibilidade de mudar o cenário atual do país. “Aguardemos, a gente continua aguardando, parece uma espera eterna, de que senadores terão peito para poder pautar o impeachment de pessoas como Gilmar Mendes. Assim como ele, outros na Suprema Corte precisam enfrentar esse processo”, disse, lembrando do exemplo de Alexandre de Moraes.

O deputado afirmou que, apesar do movimento nacional pedindo o impeachment de Moraes, ele não vê grandes possibilidades de que o impedimento de ministros do STF ocorra com a configuração atual do Congresso Nacional. “A conversa que se tem, parece que quando você fala algo do tipo para a maioria é uma piada. E aí você volta a aquelas compreensões da troca de favores. Você tem senadores que podem tomar esse tipo de atitude, iniciar o processo, que têm seus processos também no STF”, opina. Para ele, cabe a Rodrigo Pacheco reescrever a credibilidade do parlamento, sobretudo do Congresso Nacional e dar uma nova esperança ao povo brasileiro pautando o impeachment de Moraes. “Vontade popular não falta, razões jurídicas para tal não faltam. Falta mesmo um pouquinho de coragem, um pouquinho de independência e menos curvatura do Congresso Nacional”, afirmou.

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