Trindade chama Moraes de líder do STF e diz que Corte passa por processo de ‘parlamentarização’
Comentaristas do programa Os Pingos Nos Is debateram a decisão do ministro Alexandre de Moraes, da Suprema Corte, que ordenou a Polícia Federal a prender organizadores dos atos contra o resultado das eleições
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ordenou nesta quinta-feira, 15, que a Polícia Federal (PF), realizasse mais de 100 mandados de busca e apreensão contra pessoas que participam ou participaram de manifestações após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarar que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o candidato vencedor das eleições presidenciais. As medidas foram realizadas em endereços de pessoas físicas e jurídicas, nos Estados do Acre, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Paraná e Santa Catarina. Além das prisões e realização de mandados, Moraes também determinou o bloqueio de contas de dezenas de empresários e a quebra de sigilos bancários. Entre os alvos estão dois deputados estaduais do Espírito Santo, Capitão Assumção e Carlos Von, que viram a PF ir a suas residências e em seus gabinetes na Assembleia Legislativa para cumprir as ordens. Moraes também ordenou a suspensão de registros de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CACs) e de 168 perfis nas redes sociais. “A operação autorizada se baseou em uma rede de investigação formada por relatórios de inteligência enviados pelo Ministério Público, pela Polícia Civil, pela Polícia Militar e pela Polícia Rodoviária Federal dos estados. Os documentos identificaram patrocinadores de manifestações, de financiadores de estruturas para acampamentos, arrecadadores de recursos, lideranças de protestos, mobilizadores de ações antidemocráticas em redes sociais, além de donos de caminhões e veículos que participaram de bloqueios”, afirma trecho da decisão do magistrado.
Durante o programa Os Pingos dos Is, da Jovem Pan, o comentarista José Maria Trindade ressaltou que o momento em Brasília é de “crise” entre os Poderes e que essa situação teve início com o presidente Bolsonaro dar um basta. “A Constituição fala em harmonia nos Poderes, e isso não significa submissão. Veio o presidente e disse: ‘Aqui não’. Isso, no sentido de ‘rearrumar’. Mas a corda foi sendo esticada”, iniciou sua análise. Trindade também considerou que o ministro Alexandre de Moraes é o líder do Supremo Tribunal Federal e que a Corte, no momento, passa por um processo de “parlamentarização”. “Nós estamos trazendo luz a esse momento de penumbra, mas muita gente está considerando Moraes um herói. No início da gestão de Luiz Fux, ele fez um discurso afirmando que o Judiciário não é talhado para agir politicamente. Sabe por quê? Porque ele não é votado. Ele não tem que dar explicações para pedir votos. Alguns deputados querem ir para frente dos quarteis e tem medo. Preservar o seu mandato e a sua situação. Há um desarranjo institucional nessa história do Brasil”, considerou o analista.
Confira o programa desta quinta-feira, 15:
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