Países próximos aos EUA têm mais a perder com Trump, destaca ex-ministro

  • Por Jovem Pan
  • 09/11/2016 09h15
SP - PRÊMIO/RUBENS RICUPERO - GERAL - O professor e embaixador Rubens Ricupero recebe o Prê­mio Professor Emérito 2016- Troféu Guerreiro da Educação-Ruy Mesquita em cerimônia realizada na capital paulista, nesta sexta-feira, 14. Em sua 20ª edição, o prêmio homenageia a cada ano profissionais que ?pensam e agem pelo aprimoramento da educação brasileira?. Ricupero, que foi ministro do Meio Ambiente e da Fazenda no governo Itamar Franco, foi apelidado de "sacerdote do Plano Real" por sua atuação em explicar para a população brasileira a importância da mudança no sistema econômico. 14/10/2016 - Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO Werther Santana/Estadão Conteúdo Rubens Ricupero - AE

O ex-ministro da Fazenda e ex-embaixador brasileiro nos Estados Unidos, Rubens Ricupero, afirmou em entrevista ao Jornal da Manhã, que o resultado das eleições que tornaram Donald Trump o 45º presidente do país não atinge diretamente o Brasil.

“Quanto mais próximo e mais dependente o país é dos Estados Unidos, mais ele tem a perder. O candidato número 1 a ter problemas é o México. O Brasil é mais difícil que seja atingido diretamente porque não tem nenhum benefício com a relação com os Estados Unidos”, disse o diplomata.

Para Ricupero, a mensagem principal dessa eleição é a revolta, sobretudo de brancos adultos e operários industriais, que nas últimas décadas têm sofrido impactos mais sérios com a globalização, exportação de empregos, liberalização comercial e acordos de livre comércio.

“O que deu a vitória a Trump foi que ele levou todos os estados industriais, o Cinturão da Ferrugem. Ele representa essa revolta que não é limitada aos Estados Unidos. Acho que é uma revolta em larga escala”, explicou.

Crítico do magnata, Ricupero disse que Trump trará para a vida política o que ele é como empresário. “Na vida dele, a gente nota que ele é demagogo, empresário aventureiro, passou a perna em milhões de pessoas. Ele deve repetir na presidência o que ele foi na vida até hoje”, ressaltou.

Trump, no entanto, não é visto pelo ex-embaixador como um “suicida”. Desta forma, ele excluiu as possibilidades de que o republicano irá “promover o apocalipse” e que será um milagre para o país.

“Minha impressão é que vamos ter um aventureiro, um demagogo, um populista que vai renegar muitas das coisas que prometeu. Vai haver reação contra ele. De uma forma ou de outra ele vai ter que se enquadrar”, finalizou Rubens Ricupero.

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