Por conta da crise, aposentados voltam a procurar emprego no País

Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arqu Idosos

Ah a aposentadoria: viagens, um tempinho livre para os nossos hobbies favoritos, ajudar a cuidar dos netos sem o comprometimento que se tinha com os filhos.

O problema é que este sonho do vovôzinho e da vovózinha contando histórias para os netinhos está cada dia mais escasso.

É que com esta crise, mais de um quarto dos aposentados no Brasil precisaram continuar na ativa. Desde 2012, este número só cresce.

Segundo o IBGE a participação de pessoas com 60 anos ou mais na força de trabalho passou de 5,9% no primeiro trimestre de 2012 para 6,5% no segundo trimestre deste ano.

Embora alguns especialistas apontem o envelhecimento da população economicamente ativa como natural e positivo, o economista chefe da Infinity Asset, Jason Vieira lembrou que o “pobre aposentado” não está voltando ao mercado só porque não quer ficar em casa parado.

“Muitas vezes essa pessoa de idade ela complementava a renda da casa e agora pode se ter chegado ao ponto que a complementação não está sendo suficiente. Podemos chamar de dupla complementação de renda”, disse.

E isso tem uma consequência. Para calcular o índice de desemprego, são considerados os números de postos de trabalhos fechados e também quantas pessoas estão procurando um trabalho no momento.

Logo, quando os aposentados seguem trabalhando ou à procura de um emprego eles estão disputando diretamente as vagas com a população mais jovem, como lembrou o economista: “quando fazem pesquisas nas casas – o Pnad – antes o vovô não estava procurando emprego, agora está. É mais uma pessoa procurando emprego, então é mais uma pessoa para aumentar a taxa de desemprego”.

E, é justamente isso que a gente pode refletir ao ler os dados da pesquisa nacional por amostra de domicílios, o Pnad. Enquanto a participação de pessoas com mais de 60 anos na força de trabalho aumentou, a dos jovens que têm entre 14 a 24 anos de idade diminuiu.

*Informações da repórter Helen Braun