“Se o regime fosse parlamentarista o governo já teria caído”, diz Alckmin sobre crise política

  • Por Jovem Pan
  • 03/03/2015 10h25
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Governador Geraldo Alckmin em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã (03)

Bruna Piva/Jovem Pan Alckmin no estudio 03/03

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã desta terça-feira (03), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, comentou sobre a atual crise que o governo Dilma enfrenta e afirmou que a formatação política do Brasil torna a saída do poder algo mais difícil. “Se o regime fosse parlamentarista o governo já teria caído. Agora no presidencialismo, o impeachment é uma coisa extremamente traumática”, analisou.

Ele ressaltou não ser a favor da exigência da saída de Dilma Rousseff da presidência: “não vejo razão para isso”. Ao comparar com a saída do ex-presidente Fernando Collor, o governador afirmou que, na época, Collor não tinha um partido bem formado, no entanto, Dilma conta com o apoio do PT, ao qual chamou de “muito estruturado”, e do PMDB, que tem grande presença no governo.

Alckmin também destacou a importância do papel da oposição no processo e, por outro lado, a dificuldade de ação. “Em um país que é governista, não é fácil ser oposição. Quando o deputado quer sobreviver, ele pula para o governo”, expôs.

O tucano disse que o quadro de crise nacional se instaurou em diversos âmbitos. “Temos uma crise grave na economia, extremamente difícil, mas isso passa. Mas tem somada a ela uma crise politica, que é difícil de prever o desdobramento, e uma crise ética, que é uma coisa inimaginável”, explicou ao fazer referência à investigação de corrupção dentro da Petrobras.

Sobre o escândalo administrativo da estatal, Alckmin apoiou a apuração e punição pelas irregularidades e disse que a instauração da CPI é muito importante para o início de uma nova cultura política no país. “O Brasil está em um momento crucial para acabar com a impunidade do colarinho branco”, enfatizou.

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