Agronegócio: Açúcar brasileiro consolida liderança no mercado global na pandemia

Só no ano passado, as exportações  da commodity aumentaram mais de 70%; entenda por que a crise do coronavírus está entre as principais explicações para esse crescimento

  • Por Lívia Zanolini
  • 08/02/2021 15h56 - Atualizado em 08/02/2021 16h01
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Pixabay Os principais destinos do açúcar brasileiro, na forma bruta, foram China e Argélia, e Venezuela e Iêmen, do tipo refinado

O açúcar brasileiro representa cerca de 20% da produção mundial, segundo o Ministério da Agricultura. Com volume 40% maior do que o produzido na temporada anterior, o Brasil deve continuar sendo, neste ano, o maior produtor da commodity no mundo. Mais da metade da produção nacional está concentrada no estado de São Paulo. Mas manter a liderança não tem sido fácil. Na temporada 2018/2019, após décadas no topo do ranking, o país perdeu o primeiro lugar para a Índia, seu principal concorrente. Na safra seguinte, o Brasil recuperou o posto, mas a disputa foi acirrada. Na atual temporada, 2020/2021, a expectativa é que os brasileiros continuem na liderança, com produção estimada em 41 milhões e 800 mil toneladas. O que abre vantagem considerável, já que a produção dos indianos deve ficar em torno de 31 milhões de toneladas.

Mas se, por um lado, o status de maior produtor mundial chegou a ser ameaçado, por outro, quando o assunto é exportação, o Brasil é líder isolado. Atualmente, é responsável por 45% das exportações globais de açúcar. Em 2020, as vendas para o mercado externo aumentaram 72%, passando de 18 milhões para 31 milhões de toneladas. Segundo analistas, o crescimento é reflexo do maior direcionamento da cana para a produção de açúcar, já que houve queda no consumo mundial de etanol durante a pandemia. Além disso, também contribuíram para o boom nas exportações a seca prolongada no país, o que permitiu o aumento da concentração de açúcares na cana e, com isso, o maior rendimento industrial, e as restrições de oferta por grandes países produtores, como a Tailândia.

Os principais destinos do açúcar brasileiro, na forma bruta, foram China e Argélia, e Venezuela e Iêmen, do tipo refinado. Apesar da importância da commodity para o agronegócio brasileiro, especialistas alertam. A produção de etanol no contexto da sustentabilidade ambiental, o manejo sustentável da própria cultura da cana e, ainda, o peso do açúcar na adoção de rotinas alimentares saudáveis são debates que ganham importância cada vez maior no cenário global e que podem interferir nos padrões de consumo nos próximos anos. Tá Explicado?

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