Como é fabricada a vacina contra a Covid-19 no Instituto Butantan

A CoronaVac representa quase 80% dos imunizantes aplicados nos mais de 10 milhões de brasileiros que receberam ao menos a primeira dose; conheça o processo de fabricação da vacina

  • Por Lívia Zanolini
  • 22/03/2021 15h10 - Atualizado em 22/03/2021 16h30
Reprodução/Governo do Estado de São Paulo Produção da CoronaVac no Instituto Butantan O Instituto Butantan prevê iniciar a fabricação do próprio Insumo Farmacêutico Ativo a partir de 2022, quando a CoronaVac será 100% nacional

Com certeza você já ouviu falar do IFA, o Insumo Farmacêutico Ativo. Na pandemia da Covid-19, o termo ganhou visibilidade. E não é para menos. É nesse composto que está o ingrediente fundamental das vacinas, que, no caso da CoronaVac, é o próprio vírus inativado ou morto, popularmente falando. É que ele que irá estimular o corpo a se defender contra o coronavírus. Por enquanto, os principais centros de pesquisa no Brasil não contam com a tecnologia necessária para a produção do IFA. E, por isso, o país tem duas opções: ou importa a vacina pronta ou a matéria-prima.

É o caso do Instituto Butantan, que fica na cidade de São Paulo. Os insumos da CoronaVac são produzidos pelo laboratório Sinovac, na China. E, assim que chegam ao centro de pesquisa brasileiro, são armazenados em câmara fria, em contêiner de aço inox. Em uma nova etapa do processo de fabricação, o IFA passa por uma bolsa de agitação e é transferido para um tanque onde será feito o envase. Antes de receberem o composto, os frascos-ampola são lavados e esterilizados. Depois, já na máquina envasadora, são levados em esteiras automáticas até as agulhas, que despejam o produto. Na etapa seguinte, recebem o selo de alumínio.

Após a inspeção visual das substâncias, feita pelos técnicos, os frascos são rotulados, checados e, por último, embalados. Antes da distribuição, amostras são separadas para realização de testes de qualidade. A análise leva cerca de vinte dias. Só depois, os lotes são encaminhados ao centro de distribuição do Ministério da Saúde, em Guarulhos, de onde as vacinas são enviadas para todo o país. Mais de 22 milhões de doses já foram entregues ao governo federal e a expectativa é concluir, até 30 de agosto, o envio das 100 milhões previstas em contrato.

O Butantan prevê iniciar a fabricação do próprio IFA a partir de 2022, quando a CoronaVac será 100% nacional. A Fiocruz, fundação nacional de pesquisa, vinculada ao Ministério da Saúde, com sede no Rio de Janeiro, também está construindo uma fábrica que vai produzir o Insumo Farmacêutico Ativo. A expectativa é que a estrutura comece a funcionar em maio. Tá Explicado?

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