Temer nega acordão com FHC e Lula: “é inviável; não participo e não promovo”

  • Por Jovem Pan
  • 17/04/2017 09h21
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SAO007. SAO PAULO (BRASIL), 04/04/2017-. El presidente de Brasil, Michel Temer, habla hoy, martes 4 de abril de 2017, durante el Fórum Global de la Infancia, una iniciativa que llega por primera a Sudamérica, en el marco de la visita oficial de los reyes de Suecia a Sao Paulo (Brasil). Los monarcas suecos, Carlos XVI Gustavo y Silvia, quienes se encuentran en una visita oficial en Brasil, continuarán su agenda mañana con una visita al Centro de Proyectos y Desarrollo de los cazas modelo Gripen en el municipio de Gavião Peixoto. EFE/FERNANDO BIZERRA JR EFE/FERNANDO BIZERRA JR Michel Temer - EFE

Quando a Operação Lava Jato mostrou poder suficiente para atingir grandes setores políticos e econômicos, começou a falar-se em um eventual acordo entre dois ex-presidentes e Michel Temer. O objetivo seria que Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), junto ao atual presidente da República, fizessem um pacto para a classe política.

As acusações contra FHC e Lula, que foram encaminhadas a instâncias inferiores e as contra Temer, que só não pode ser investigado por sua “imunidade temporária”, levaram os três a crer, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, que o acordão era necessário para um processo eleitoral “tranquilo” em 2018 e evitar que um nome de fora disputasse o Palácio do Planalto.

Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã, o presidente Michel Temer negou que tenha havido uma reunião para tratar de um acordo para o processo eleitoral do ano que vem. “Em primeiro lugar, hoje até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que não teve conversa nessa direção. E não tem mesmo. Fomos [Temer e FHC] fazer uma visita tendo em vista um doloroso acontecimento que envolveu o ex-presidente Lula. Nesta ocasião, ele [Lula] disse que precisávamos conversar sobre reforma política”, explicou.

Segundo o presidente, fazer um acordão sobre os problemas entregues ao Judiciário e ao Ministério Público Federal é algo “inviável”. Temer ainda garantiu: “não participo, não promovo e não fui questionado a participar [de um acordão]”.

Já sobre a reforma política, assunto tratado com os dois ex-presidentes, Temer disse que isso pode ser visto, mas reiterou que um acordo sobre assuntos que ocorrem hoje no País não serão e nem foram debatidos.

Citado em delações

O presidente Michel Temer admitiu novamente ser desagradável a citação de seu nome em delações de executivos da Odebrecht. “É desagradável porque se trata de uma mentira. Mesmo se tratando de verdade não deixaria de ser desagradável. O que tenho procurado é dizer que é desagradável e constrangedor. Os fatos, quando narrados, revelam a presença de pessoas que nem estavam no local”, disse.

Em defesa do Governo, o peemedebista afirmou ainda que a tendência é dizer que os trabalhos irão parar. Temer, entretanto, negou uma paralisação das atividades e ressaltou reuniões com membros do Governo e Legislativo, “para que não se altere a governabilidade”.

Para Temer, os conteúdos das delações são estarrecedores, desagradáveis, preocupantes e podem transmitir uma imagem muito negativa do Brasil no exterior.

“Sob esse ângulo é péssimo. Mas o que fazemos diante disso? Paralisamos ou seguimos em frente? Devemos seguir em frente. Diante dos inquéritos propostos no Judiciário, deixa o Judiciário trabalhar. As pessoas mencionadas deverão prestar sua defesa. Ainda está na fase de inquérito. As pessoas vão se defender, vão ser condenadas, não vão ser condenadas”, disse o presidente, que pediu ainda uma “obediência” no trabalho de cada um dos Três Poderes.

Confira a entrevista completa:

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