Criptomoedas latino-americanas vão além do rendimento

Além de a América Latina ter número significativo de usuários de criptoativos, a região também é berço de projetos com impacto próprio

  • Por Jovem Pan
  • 14/12/2022 15h59
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Freepik Criptomoedas Além de gerar rendimentos para os usuários, moedas digitais também podem apoiar inventores, modelos de negócios e empresas

As criptomoedas estão transformando o conceito de dinheiro ao mesmo tempo em que emergem como instrumentos alternativos para impulsionar projetos em diversos setores da economia. Um dos seus aspectos mais disruptivos é que, graças à inovação cripto, é possível criar moedas digitais que, além de gerar rendimentos para seus usuários, também podem apoiar inventores, modelos de negócios e empresas que atualmente têm difícil acesso ao financiamento tradicional. Ou seja, as criptomoedas geram impactos que vão além dos critérios financeiros dominantes relacionados à cotação, flutuação e ao desempenho. Os projetos que têm essa perspectiva geralmente são baseados no modelo de criptomoedas estáveis (stablecoins), que se vinculam a diversos ativos, tais como: moeda fiduciária, produções agrícolas, reservas de minério, metais preciosos etc. Da mesma forma, na maioria dos casos, essas iniciativas usam uma blockchain, própria ou de terceiros, para dar suporte às transações de seus criptoativos. Em nosso continente, empreendedores e inovadores estão aproveitando essa oportunidade para desenvolver iniciativas interessantes. Vamos apresentar abaixo uma breve amostra de três projetos com identidade própria: 

Avocado Coin – México

Desenvolvido pelo projeto GreenGold, esse criptoativo foi criado para financiar produtores mexicanos de abacate que desenvolvem técnicas para cuidar dos recursos naturais e do ambiente. Em sua colheita, esse fruto demanda enorme quantidade de água, que tende a ser desperdiçada. Com uma emissão inicial de 600.000 unidades, cada Avocado Coin tem um custo de US$ 1.000. O México é líder mundial na produção de abacate.

Kmushicoin – Colômbia

É a criptomoeda que a empresa Tierra Viva desenvolveu, como meio de pagamento próprio, para suas atividades de exportação. A empresa produz adubo orgânico com a ajuda de besouros-rinoceronte gigantes que cria em solo colombiano. Em países como o Japão, há um nicho de mercado para insetos, por isso eles são exportados com frequência. Ao usar a sua própria criptomoeda, a Tierra Viva evita as altas taxas de pagamentos internacionais em suas vendas no exterior. Dessa forma, a rentabilidade da empresa não é afetada, e os lucros se concentram no fortalecimento do modelo de negócios ambiental da empresa.

Agrotokens – Argentina

É uma iniciativa que abrange três criptoativos. O valor de cada um é igual ao preço de uma tonelada do grão correspondente: SOYA (soja), CORA (milho) e WHEA (trigo). Por meio de diferentes parcerias comerciais, os produtores argentinos já podem usar essas criptomoedas para garantir empréstimos, comprar insumos ou adquirir máquinas. O projeto começou em 2020 com a digitalização, ou “tokenização”, de 1.000 toneladas de soja e, hoje, soma mais de 56.000 toneladas de grãos, o que representa cerca de US$ 20 milhões em ativos digitais emitidos. 

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