Anvisa autoriza importação de matéria-prima da Coronavac

Imunizante, que está em terceira fase de testes, ainda não pode ser aplicado na população

  • Por André Siqueira
  • 28/10/2020 17h48 - Atualizado em 28/10/2020 18h53
EFE/Andre Borges Coronavac é a vacina contra Covid-19desenvolvida pelo Instituto Butantan com tecnologia chinesa Testes da Coronavac estão suspensos por determinação da Anvisa

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, nesta quarta-feira, 28, a importação de matéria-prima para a produção de 40 milhões de doses da Coronavac, vacina chinesa que será produzida pelo Instituto Butantan, em São Paulo, contra o novo coronavírus. “A solicitação foi feita pelo Instituto Butantã para importação, em caráter excepcional, da matéria-prima para fabricação da vacina adsorvida Covid-19 (inativa), em estudo clínico fase III, ainda sem registro no Brasil. Os estudos ainda estão em andamento e não existe previsão de data para a vacinação”, diz um trecho do comunicado publicado no site da agência. Na sexta-feira, 23, a Anvisa já havia autorizado a importação de seis milhões de doses da Coronavac, após decisão da Diretoria Colegiada.

“A Anvisa autorizou nesta quarta-feira (28/10), a importação em caráter excepcional da vacina na forma de um produto intermediário, isto é, produto não envasado, fabricada pela empresa Sinovac Life Sciences Co. LTD. A solicitação foi feita pelo Instituto Butantã para importação, em caráter excepcional, da matéria-prima para fabricação da vacina adsorvida Covid-19 (inativa), em estudo clínico fase III, ainda sem registro no Brasil. Os estudos ainda estão em andamento e não existe previsão de data para a vacinação. O tema foi discutido em Circuito Deliberativo, entre esta terça-feira (27/10) e quarta-feira (28/10). O Circuito Deliberativo é uma instância de votação on-line dos diretores da Agência. A autorização definiu algumas condições para a importação excepcional. A decisão e o teor do voto estão disponíveis aqui”, afirma a íntegra da nota.

A Coronavac tem sido alvo de disputa entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). No início da última semana, o Ministério da Saúde anunciou a intenção de comprar 46 milhões de doses da vacina. Horas depois, diante da repercussão nas redes sociais, Bolsonaro mandou cancelar a compra – a seguidores, nas redes sociais, o presidente chegou a dizer que a compra do imunizante chinês seria uma traição.

Em seu perfil no Twitter, Doria agradeceu a Anvisa pela aprovação da importação da matéria-prima. “Agradeço a ANVISA pela aprovação da importação da matéria-prima para a produção nacional da Vacina contra a COVID-19. Desta forma, poderemos produzir a Coronavac aqui em SP, no Instituto Butantan, que há 120 anos presta serviços ao País e produz vacinas para os brasileiros. Ressalto que a Coronavac está na fase três de testes, a última fase que antecede seu lançamento. Até aqui, é considerada a vacina mais promissora do mundo. Um passo importante na luta contra o coronavírus para salvar vidas”, disse.

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