COI cobra medidas de segurança em obras no Rio após mortes
Uma semana depois de um desastre na ciclovia Tim Maia matar duas pessoas no Rio de Janeiro e dois dias depois de um informe revelar que onze trabalhadores morreram nas obras dos Jogos Olímpicos desde 2013, o Comitê Olímpico Internacional (COI) abandonou seu silêncio. Nesta quarta-feira, a entidade cobrou das autoridades brasileiras que garantias sejam estabelecidas pelos responsáveis pelas obras quando problemas são identificados.
Em uma nota, a assessoria de comunicação do COI manifestou condolências às famílias e amigos das pessoas afetadas pelos acidentes. “Esperamos que os projetos de construção olímpicas sejam conduzidos em linha com as leis e regulações locais e apoiamos de forma integral o trabalho das autoridades de inspeção, à medida que a cidade é transformada para o futuro”, indicou o COI.
“Quando problemas são encontrados, esperamos que medidas sejam implementadas por aqueles responsáveis pela construção”, cobrou a entidade com sede em Lausanne e que, nesta sexta-feira, recebe a tocha olímpica.
Segundo a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Rio, entre janeiro de 2013 e março de 2016, as obras de legado para os Jogos causaram a morte de 11 operários, nenhuma delas relacionada a estruturas esportivas – foram três no metrô, duas no entorno do Parque Olímpico, duas em museus e outras quatro em obras de sistema viário.
“É um time de futebol de mortos. Isso tudo causado por falta de planejamento, sem dúvida. É a correria na hora de finalizar”, disse Elaine Castilho, auditora responsável pela fiscalização das obras olímpicas.
Segundo ela, nenhum trabalhador morreu nas obras para a Olimpíada de Londres, em 2012. No total, sua superintendência realizou 260 operações de fiscalização. Mais de 1,6 mil autos de infração foram emitidos e 38 interdições foram declaradas.
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