Dilma pretende reforçar diálogo com grupos opostos à Copa do Mundo de 2014
Brasília, 8 jan (EFE).- A presidente Dilma Rousseff se propõe a discutir novas vias de diálogo com os movimentos sociais que anunciam protestos contra a Copa do Mundo, segundo consta em um decreto publicado nesta quinta-feira no Diário Oficial.
O decreto número 6.521, sancionado por Dilma, estabelece que a Secretaria-Geral da Presidência, que é responsável pelas relações do Governo com os movimentos sociais, será reforçada com dois altos funcionários.
Sua missão será a “promoção do diálogo com os movimentos e segmentos sociais por ocasião da Copa do Mundo de 2014”, diz o decreto, publicado em momentos em que diversos grupos articulam um “primeiro protesto nacional” contra a reunião do futebol para o próximo dia 25.
Como ocorreu com os outros protestos que aconteceram no país em junho, a convocação para o dia 25 circula pela internet e promove um conjunto de movimentos sociais sob o lema “Não vai ter Copa”.
Até hoje, o grupo batizado como “Operação Mundial” confirmou atos contra a reunião da Fifa em 35 cidades do país, entre elas as 12 sedes da Copa do Mundo.
Na convocação foram denunciados problemas sociais que, segundo os organizadores dos protestos, “o Governo optou por esconder do mundo”.
Em primeiro lugar, é citada a insegurança nas ruas de um país no qual, segundo dados oficiais, “800 mil cidadãos morreram por disparos de algum tipo de arma de fogo” entre 1980 e 2010.
Depois, criticam os altos índices de prostituição infantil, a “precariedade da saúde pública”, os elevados impostos, o pouco investimento em educação, a corrupção, a “repressão” que sofrem os movimentos sociais e as remoções forçadas de cidadãos e expropriações devido às obras necessárias para a Copa.
O documento, cujos autores não são identificados, circula nas redes sociais e assegura que “os protestos contra o Mundial no Brasil estão acima dos interesses políticos partidários e, se têm alguma bandeira, é a das reivindicações populares”.
Segundo estes movimentos, “o Brasil precisa mudar, mas não com o futebol. O clamor popular a partir de janeiro terá uma só voz: Não vai a haver Mundial”. EFE
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