Botafogo encerra 30 anos de sofrimento, vence o Atlético-MG e é campeão da Libertadores pela 1ª vez

Tão maltratado nas últimas décadas, o botafoguense pode comemorar ao erguer a taça da Libertadores neste sábado (30); a consagração veio com vitória por 3 a 1 sobre o Atlético Mineiro no estádio do River Plate

  • Por Jovem Pan
  • 30/11/2024 19h22 - Atualizado em 30/11/2024 19h30
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EFE/ Juan Ignácio Roncoroni Copa Libertadores final: Atlético Mineiro - Botafogo Júnior Santos, do Botafogo, marca gol neste sábado (30), na final da Libertadores, no estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires

O Botafogo conquistou seu primeiro título da Copa Libertadores ao vencer o Atlético-MG por 3 a 1 na final disputada neste sábado (30), no estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires. Apesar de ter ficado com um homem a menos desde os dois minutos de jogo, quando o volante Gregore foi expulso, o ‘Fogão’ ficou com o troféu graças aos gols de Luiz Henrique (35′), Alex Telles (44′ de pênalti) e do Júnior Santos (90’+7).

O ‘Galo’ não conseguiu se aproveitar da superioridade numérica, apesar de ter diminuído no início do segundo tempo com o chileno Eduardo Vargas (47′), que levou tensão ao jogo até o apito final. Com esta vitória histórica, o Botafogo ficou com a última das 32 vagas no novo Mundial de Clubes da Fifa, que será disputado nos Estados Unidos entre junho e julho do ano que vem 2025.

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A competente formação carioca alcançou a glória sobretudo por ter tido tranquilidade, força psicológica e inteligência para se reorganizar depois de perder Gregore aos 40 segundos de jogo por acertar o rosto de Fausto Vera com as travas de sua chuteira. No ataque, fez a diferença o talento de Luiz Henrique e sua conexão com o argentino Thiago Almada.

Foi do atacante um dos gols que asseguraram a vitória e o troféu continental, que não foi erguido pelo Atlético porque os mineiros acordaram tarde. Foram ineficientes e marcaram mal no primeiro tempo e, no segundo, depois que reduzir a desvantagem, cansaram de perder gols. Somente Vargas desperdiçou duas oportunidades daquelas que decidem um jogo grande.

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O campeão sul-americano vai disputar em Doha, no Catar, o Mundial de Clubes, agora chamado de Copa Intercontinental. A estreia é contra o Pachuca, do México, em 11 de dezembro, três dias depois do fim do Brasileirão. O título também garantiu o time carioca no Super Mundial, novo torneio organizado pela Fifa nos Estados Unidos com a presença dos mais poderosos clubes do mundo, como Real Madrid e Bayern de Munique, além de Palmeiras, Flamengo e Fluminense, os outros representantes brasileiros.

Desenhou-se um cenário desfavorável ao Botafogo depois que Gregore levou o vermelho aos 40 segundos por acertar as travas da chuteira no rosto de Fausto Vera. Mas a equipe que nunca conquistou a Libertadores se comportou como se fosse a maior campeão continental.

O time carioca se ajeitou sem precisar que o técnico Artur Jorge substituísse alguém, permaneceu organizado e pouco sofreu com um a menos. Equilibrado e inteligente, manteve a cabeça fria, jogou como se acostumado estivesse à Libertadores e se valeu do talento e da conexão seus melhores jogadores – Thiago Almada e Luiz Henrique – para modificar o roteiro e descer ao vestiário com dois gols de margem depois de sofrer uma pressão estéril do Atlético.

Luiz Henrique foi o protagonista da primeira etapa. Ele abriu o placar aos 34 na primeira vez em que os cariocas foram ao ataque Teve sorte, é verdade, depois que o chute de Marlon Freitas bateu em Junior Alonso, e a bola se ofereceu limpa para ele. Mas teve também calma e competência para estufar as redes em chute cruzado.

Minutos depois, Luiz Henrique, em outra rotação em relação à frágil marcação atleticana, sofreu pênalti de Éverson que o árbitro argentino Facundo Tello só marcou após rever o lance no monitor do VAR. Alex Telles cobrou com competência e fez vibrar os milhares de botafoguenses, em maioria em relação aos atleticanos no gigantesco e remodelado estádio do River Plate.

Lento e numa rotação mais baixa em comparação com seu adversário, o Atlético foi chacoalhado por seu técnico, Gabriel Milito, no intervalo. O argentino fez de uma vez três alterações e derrubou, com elas, a apatia atleticana.

Um dos que entraram, Eduardo Vargas estava no lugar certo para reduzir a diferença botafoguense com um “cabezazo”, como gritaram os narradores argentinos ao descreverem o gol do atacante chileno no primeiro minuto do segundo tempo.

O problema, para os mineiros, é que Vargas foi eficaz apenas uma vez. O chileno cansou de perder gols e não estava numa tarde tão feliz como parecia. Deyverson, habitualmente decisivo em jogos grandes, também não brilhou como os milhares de atleticanos esperavam. Ele reclamou muito de pênalti após choque com Marlon Freitas, mas o juiz ignorou suas queixas.

Nos acréscimos, Júnior Santos fez o terceiro e foi decretada a festa, com invasão antes do apito final e cerveja atirada na imprensa. A tarde em Buenos Aires era do Botafogo e de seus torcedores, que tiraram da garganta um grito entalado por quase três décadas. A estrela solitária do Glorioso enfim voltou a brilhar. Os mais de 20 mil botafoguenses cantaram Vou Festejar, de Beth Carvalho, para celebrar. O calvário acabou, começou a festa.

FICHA TÉCNICA

ATLÉTICO-MG 1 X 3 BOTAFOGO

ATLÉTICO-MG – Éverson; Lyanco (Mariano), Battaglia e Junior Alonso; Gustavo Scarpa (Vargas), Alan Franco, Fausto Vera (Bernard) e Guilherme Arana; Hulk, Deyverson (Alan Kardec) e Paulinho. Técnico: Gabriel Milito.

BOTAFOGO – John; Vitinho, Barboza, Bastos e Alex Telles (Marçal); Gregore, Marlon Freitas e Thiago Almada (Júnior Santos); Luiz Henrique (Matheus Martins), Savarino (Danilo Barbosa) e Igor Jesus (Allan). Técnico: Artur Jorge.

GOLS – Luiz Henrique, aos 34, e Alex Telles, aos 42 minutos do segundo tempo. Vargas, a um, e Júnior Santos, aos 51 do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS – Lyanco, Battaglia, Fausto Vera, Alex Telles, Thiago Almada, Igor Jesus, Hulk, Vitinho.

CARTÃO VERMELHO – Gregore.

ÁRBITRO – Facundo Tello (Argentina)

PÚBLICO E RENDA – Não divulgados.

LOCAL – Mâs Monumental, em Buenos Aires, na Argentina.

*Com informações da AFP e Estadão Conteúdo
Publicado por Carolina Ferreira

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