Reviravolta: o que mudou desde o último encontro entre Brasil e Chile pelas Eliminatórias

  • Por Jovem Pan
  • 10/10/2017 10h00
Leo Correa / MoWA Press Em 2015, o Chile não deu chances para o Brasil e venceu por 2 a 0 jogando no estádio Nacional, em Santiago

Brasil e Chile iniciaram juntos a caminhada rumo a Copa do Mundo da Rússia no dia 8 de outubro de 2015, no estádio Nacional, em Santiago. Com gols de Vargas e Sánchez, La Roja levou a melhor e venceu o duelo por 2 a 0. Dois anos depois, nesta terça-feira (9), as duas seleções voltam a se encontrar, agora pela última rodada das Eliminatórias Sul-Americanas, em situações totalmente invertidas.

Apontada por muitos como dono do melhor futebol do continente há dois anos, atualmente o Chile corre risco de ficar fora do Mundial. O Brasil que vinha de sucessivos vexames está garantido na Rússia. O Chile que tinha Jorge Sampaoli, hoje tem Juan Antonio Pizzi. O Brasil que tinha Dunga, atualmente tem Tite. A Jovem Pan apresenta a “reviravolta” que aconteceu nas duas seleções desde o último encontro pelas Eliminatórias. Confira:

Momento das seleções

Quando Brasil e Chile se enfrentaram na abertura das Eliminatórias, La Roja havia conquistado a América três meses antes e a Seleção Canarinho acumulava eliminações em jogos decisivos, como na semifinal da Copa do Mundo de 2014 diante da Alemanha e nas quartas de final da Copa América para o Paraguai de 2015.

O Chile vinha em uma crescente, com um futebol envolvente e bastante ofensivo, que culminaria com o bi da América no ano seguinte. Já o Brasil tentava se reerguer, mas a falta de organização dentre e fora das quatro linhas impedia qualquer melhoria, tanto que o time verde e amarelo viria a dar vexame maior na Copa América de 2016 ao ser eliminado na fase de grupos.

O resultado conquistado pelos chilenos diante dos brasileiros refletia o momento vivido pelas duas seleções naquela temporada. Além disso, o triunfo pôs fim a dois importantes tabus: pela primeira vez o Brasil perdia na estreia das Eliminatórias e o Chile coloca fim a um jejum de vitórias contra o rival que durava 15 anos – os campeões da América não vencia os brasileiros desde 2000.

A troca de treinadores

Em 2015, o argentino Jorge Sampaoli comandava La Roja e o time não decepcionava. Pelo contrário. A seleção chilena gostava de propor o jogo, ia para cima do adversário, pressionava. Além disso, contava com jogadores versáteis, que permitiam o treinador a variar o esquema de 3-5-2 para 4-3-3 com a bola rolando.

Três meses após o Chile bater a Seleção Brasileira na abertura das Eliminatórias, Sampaoli trocou La Roja pelo Sevilla, da Espanha. Para seu lugar, veio o também argentino Juan Antonio Pizzi. No primeiro momento, o novo treinador manteve o esquema de jogo, conquistou a Copa América de 2016, mas o time perdeu algumas características dos tempos de Sampaoli e o brilho.

O Brasil por sua vez, seguiu caminho contrário. Em 2015, Dunga era o comandante brasileiro no revez para o Chile. Contestado desde o seu retorno, após a Copa do Mundo de 2014, o gaúcho seguiu no cargo até a Copa América de 2016, quando não conseguiu fazer com que a Seleção Brasileira chegasse no mínimo ao mata-mata da competição, parando na fase de grupos.

Para seu lugar, a Confederação Brasileira de Futebol escolheu Tite. Campeão Paulista, Brasileiro, Libertadores e Mundial com o Corinthians, o também gaúcho era unanimidade. E não decepcionou. Em 14 jogos, perdeu apenas um, garantiu o Brasil na Copa do Mundo e, principalmente, ajudou o a Seleção a reconquistar o respeito que havia perdido e o orgulho dos torcedores brasileiros.

Os personagens

Se na beira do gramado os treinadores não são mais os mesmos, dentro de campo os jogadores não mudaram muito. Pelo menos no Chile. Na abertura das Eliminatórias, Sampaoli escalou La Roja com Claudio Bravo, Francisco Silva, Gary Medel, Gonzalo Jara, Isla, Marcelo Diaz, Vidal, Beausejour, Jorge Valdivia, Alexis Sánchez e Vargas.

Para o duelo contra o Brasil nesta terça, Pizzi deve mandar a campo os seguintes jogadores: Bravo, Isla, Medel, Jara, Beausejour, Francisco Silva, Pablo Hernández, Erick Pulgar, Jorge Valdivia, Alexis Sánchez e Vargas. Apenas dois jogadores diferentes daqueles que participaram da vitória sobre a Seleção Brasileira no estádio Nacional, em Santiago.

O Brasil, por sua vez, vai encarar os chilenos nesta terça com Ederson, Daniel Alves, Marquinhos, Miranda, Alex Sandro, Casemiro, Renato Augusto, Paulinho, Philippe Coutinho, Gabriel Jesus e Neymar. Um time com apenas dois jogadores que entraram em campo na abertura das Eliminatórias diante do Chile: Daniel Alves e Miranda.

Naquela oportunidade, o então técnico Dunga escalou o Brasil com Jefferson, Daniel Alves, Miranda, David Luiz, Marcelo, Luiz Gustavo, Elias, Oscar, Willian, Douglas Costa e Hulk. Desses 11, apenas dois seguem sendo lembrados por Tite: Marcelo, que foi cortado por contusão, e Willian, que é considerado o 12º titular do treinador brasileiro.

 

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