International Board avaliará introdução de expulsões temporárias no futebol

  • Por Estadão Conteúdo
  • 01/02/2017 10h55
  • BlueSky
EFE Fernando Torres foi expulso contra o Atlético; para Filipe Luís

O futebol pode mudar de forma importante nos próximos anos, com a introdução de novas medidas, como a exclusão temporária de jogadores e mesmo o estabelecimento de uma nova forma de comunicação dos atletas com os árbitros. 

Nesta quarta-feira, a International Football Association Board, a entidade que define as regras do futebol, anunciou que irá avaliar a introdução de expulsões temporárias de jogadores, obrigando atletas que cometam certas faltas a aguardar fora de campo por um determinado número de minutos ao receber um cartão.

A reunião que tratará do assunto ocorrerá no dia 3 de março, em Londres. Outra medida na agenda será o papel do capitão de cada time. A proposta é de que apenas esses jogadores tenham a autorização para falar com o árbitro, seguindo o mesmo padrão que já existe no rúgbi. 

Segundo a International Board, a proposta da suspensão temporária do jogador será examinada depois de três anos de testes já realizados pela Uefa em divisões inferiores do futebol europeu. Determinados cartões amarelos resultam não apenas em uma advertência, mas também no afastamento de um jogador, deixando a equipe com dez em campo por um certo período. 

O Estadão apurou que a suspensão seria decretada quando uma indisciplina não fosse suficientemente dura como para merecer um cartão vermelho. Mas uma das ideias é a de simplesmente substituir todos os cartões amarelos pela suspensão temporária. 

Quando ainda era o presidente da Uefa, Michel Platini, chegou a defender publicamente que o cartão amarelo fosse substituído por uma suspensão do jogador por 10 a 15 minutos do campo. Sua avaliação era de que fazia mais sentido punir um jogador numa partida que o impedir de jogar no futuro, contra uma terceira equipe que não tinha qualquer relação com a história daquela partida em questão. 

Se a nova regra for aprovada, ela vai primeiro ser implementada em torneios de categorias de base e em níveis amadores. Mas a introdução entre os times profissionais poderia ocorrer antes de 2020, se os testes forem satisfatórios. 

Entre os defensores da ideia está Marco van Basten, ex-jogador e hoje um dos diretores da Fifa. Para apoiar a ideia, ele aponta para o impacto positivo que a suspensão teve em modalidades como o rúgbi e o hóquei. 

CAPITÃES – Outra forma de incrementar a disciplina em campo é a de exigir que apenas capitães possam falar com os árbitros. Segundo a agenda da International Board, a reunião de março dará “especial atenção ao papel dos capitães e como suas responsabilidades podem ser incrementadas para conseguir maior disciplina e melhor comunicação com os árbitros”.

Em vários campeonatos europeus, juízes passaram a ser instruídos a lidar preferencialmente com o “porta-voz” da equipe em campo. Mas continuam sendo alvo de pressões de todos os jogadores. 

O encontro ainda vai examinar o uso do vídeo no futebol, algo que já vem sendo testado em 20 diferentes torneios pelo mundo. No Mundial de Clubes de 2016, porém, o sistema causou polêmica.

Outro tema na agenda será a possibilidade que a Fifa dará às federações nacionais a ter certa flexibilidade em alguns aspectos do jogo. Um deles seria quanto ao número de substituições. A proposta é de que se introduza uma quarta substituição em todas os jogos com prorrogações.

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.