Acusados de matar Marielle Franco viram réus
A Justiça do Rio de Janeiro aceitou nesta quinta-feira (14) a denúncia contra Élcio Vieira de Queiroz e Ronnie Lessa, acusados de matar a ex-vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes. Agora, eles viraram réus e responderão por duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima e receptação) e por tentativa de homicídio contra a assessora Fernanda Chaves, que também estava no carro, mas sobreviveu.
A decisão da Justiça ainda pede que o ex-policial militar, acusado de dirigir o carro usado no assassinato, e o sargento reformado, que teria efetuado os disparados, sejam transferidos para um presídio federal de segurança máxima. Nesta sexta-feira (15), eles foram encaminhados o Complexo Prisional de Bangu, no Rio de Janeiro. O presídio onde a dupla ficará presa ainda não foi definido.
Élcio e Ronnie se negaram a prestar depoimento à Polícia Civil sobre as acusações, resguardando o direito constitucional de só falar em juízo. “A gente não entendeu por que ele depor em sede de inquérito policial, uma vez que é um procedimento administrativo que busca indícios de autoria. Diante do fato das defesas técnicas não terem tido acesso ao inteiro teor do que consta no processo, eu orientei meu cliente a exercer o seu direito de permanecer calado e só falar em juízo”, disse o advogado Henrique Telles, que defende o ex-policial militar Élcio Queiroz.
Ele sustentou a inocência do ex-PM e disse ser totalmente contra a transferência para um presídio federal fora do Rio. O advogado descartou ainda a possibilidade de Élcio fazer uma delação premiada, como sugeriu o governador Wilson Witzel. “Só faz delação premiada quem tem culpa, quem busca algum benefício. O meu cliente não faz delação premiada. Faz afirmação fundamentada, de que é inocente”, declarou.
Marielle Franco e Anderson Gomes foram assassinados no Rio de Janeiro no dia 14 de março do ano passado.
*Com Agência Brasil
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