Álvaro Dias: ‘Frente podre’ do Congresso Nacional está comemorando saída de Moro

  • Por Jovem Pan
  • 25/04/2020 09h55
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Jefferson Rudy/Agência Senado O senador Álvaro Dias em pronunciamento Álvaro Dias, líder do Podemos no Senado Federal

O líder do Podemos no Senado, Álvaro Dias, disse em entrevista ao Jornal da Manhã neste sábado (25) que uma parcela do Congresso Nacional já está comemorando a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Moro anunciou sua demissão nesta sexta (24), em coletiva de imprensa.

“Certamente uma parcela sim. O Congresso é divido em duas partes: entre aqueles que entendem como prioridade nacional o combate à corrupção, tentando promover avanços e defender agentes públicos que investigam, e aqueles que aprovam, por exemplo, uma lei de abuso de autoridade, que tem por objetivo limitar a ação de quem investiga. Temos essas duas frentes. A frente espúria, podre, certamente comemora. Moro nunca teve unanimidade no Congresso. O apoio dele é maior entre a população”, declarou.

O senador afirmou ainda que a demissão do ex-ministro – mais especificamente, as razões da demissão – mostram que o presidente da República, Jair Bolsonaro, “escolheu seu lado”.

“Demissão de ministro é um fato rotineiro em governos, ministros são demitidos e pedem demissão. Mais grave que isso são as razões que o levaram a pedir demissão. As denúncias que fez. Crime de falsidade ideológica e fundamentos para hipótese de crime de responsabilidade (…) O governo perde credibilidade. Moro ajudava a manter níveis de popularidade elevados. Com o afastamento, há um desgaste enorme. Parece que o presidente fez sua opção. Escolheu seu lado. O Centrão. O lado mais contestado da política brasileira. Velha prática, velhos hábitos. É uma abertura de portas para a corrupção. Assim surgiu o Mensalão e o Petrolão.”

Álvaro Dias acredita ainda que as investigações das denúncias feitas por Moro poderiam levar a um processo de impeachment do presidente, mas isso causaria um “desgaste enorme” ao País.

“Se a investigação confirmar as denúncias, estamos diante de crime de responsabilidade – que eventualmente poderia levar ao impeachment. Coisa que ninguém deseja. O Brasil não suporta mais traumas dessa natureza. O governo perde muito, o País também.”

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