Bolsonaro diz que ‘não há mais espaço para postergar’ reabertura

  • Por Jovem Pan
  • 07/05/2020 15h29 - Atualizado em 07/05/2020 15h31
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Gabriela Biló/Estadão Conteúdo Paulo Guedes e Jair Bolsonaro Equipe econômica havia alertado Bolsonaro sobre os efeitos dos reajustes

Jair Bolsonaro declarou nesta quinta-feira (7) que não há mais espaço para postergar a reabertura da economia no Brasil. Acompanhado de empresários e do ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente da República falou com jornalistas na saída do Supremo Tribunal Federal (STF), onde se reuniu de última hora com o chefe da Corte, Dias Toffoli.

“A indústria, a atividade comercial está na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Não há mais espaço para postergar”, afirmou Bolsonaro.

O presidente recebeu nesta quinta no Planalto representantes da indústria e em seguida foi ao Supremo. “Há dois meses eu venho falando que a economia não pode parar porque a economia também é vida”, disse.

Bolsonaro destacou que o posicionamento da indústria é que “abertura gradual e responsável tem que começar o mais rápido possível”. Se isso não acontecer, o presidente afirmou que “fica impossível (o País) voltar a ser o que era em janeiro do corrente ano”.

Repetindo o que disse na reunião não programada com Toffoli, Bolsonaro afirmou ainda que a responsabilidade de combate à crise do novo coronavírus é uma responsabilidade de todos, e citou “Executivo, Legislativo, Judiciário, governadores, prefeitos, empresários.”

Demanda

“Nós da indústria, além do enfrentamento da Covid-19, estamos enfrentando uma severa, profunda crise de demanda”, afirmou Marco Polo de Mello Lopes, presidente-executivo do Instituto Aço Brasil e coordenador da Coalizão Indústria, que falou em nome dos empresários na reunião.

O impacto na demanda foi causado pelas decisões sobre o fechamento “da ponta do comércio”, segundo o empresário.

Marco Polo destacou ainda que, de março para abril, as vendas caíram 50%, e a indústria, de maneira geral, opera com 60% de ociosidade “A indústria está na UTI e precisa sair. Para sair, precisa que ocorram as flexibilizações de maneira que a roda volte a rodar”, disse.

‘Engrenagem econômica’

Em concordância, o ministro Paulo Guedes reforçou que “embora preservados os sinais de vida” da indústria e comércio, a economia “do ponto de vista de organização e engrenagem econômica” se encaminha para a UTI.

Ele alertou para o risco de desorganização da produção brasileira nos próximos 30 dias. “O alerta que eles (representantes da indústria) deram é muito importante. Embora haja proteção e o povo ainda tenha o dinheiro na mão, daqui a 30 dias pode ser que comece a falta (abastecimento) nas prateleiras ”

Guedes afirmou ainda que em um cenário de produção desorganizada, o País pode “entrar em um sistema não só de colapso econômico, mas de desorganização social”.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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