Bolsonaro fará pronunciamento em rede nacional

A fala está marcada para às 20h30 e deve abordar o cancelamento da manifestação do próximo domingo (15)

  • Por Jovem Pan
  • 12/03/2020 17h57
Carolina Antunes/PR O presidente Jair Bolsonaro em pé em frente a uma bandeira do Brasil O presidente Jair Bolsonaro

A Empresa Brasileira de Comunicação informou que está convocada rede nacional obrigatória de emissoras de televisão e rádio para a noite desta quinta-feria (12) para pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro. A fala está marcada para começar às 20h30 e deve ter duração de 4 minutos aproximadamente.

O tema do pronunciamento não foi informado. Mas, segundo a deputada Bia Kicis (PSL-DF), o presidente Bolsonaro deve pedir para que as pessoas deixem de ir às ruas no próximo domingo (15) e, com isso, cancelar a manifestação pró-governo, agendada para esse dia. A decisão pelo pronunciamento se dá depois do avanço dos casos de coronavírus no país.

O próprio presidente está com suspeita de ter contraído a doença e aguarda o resultado do exame, que deve sair nesta sexta.

A deputada e outros aliados do presidente defendem o cancelamento da manifestação. Se o pronunciamento se concretizar, o grupo deve seguir o presidente e ir às redes sociais para se posicionar publicamente sobre o assunto.

“Seria prudente postergar. (O coronavírus) está tomando uma proporção que não imaginávamos e, apesar de querermos ir pra rua, a saúde e a integridade física das pessoas está em primeiro lugar”, disse o vice-líder do governo na Câmara, deputado Carlos Jordy (PSL-RJ). Jordy também acredita que Bolsonaro deve se posicionar pelo cancelamento do ato.

O deputado Bibo Nunes (PSL-RS) também pede a suspensão do protesto. “É um momento grave para a saúde do Brasil. Será bom para imagem do presidente se o ato for cancelado. Depois vão surgir novos casos e vão colocar a culpa nas manifestações”, disse.

Kicis tem defendido cautela. “Temos de ter responsabilidade”, diz sobre possibilidade de cancelar atos. A deputada procurou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, nesta manhã, para entender os riscos de se manter a manifestação e deve conversar com outras autoridades sobre o assunto.

“Falei com o ministro e a previsão é que na próxima semana aumente muito o número de casos de coronavírus no Brasil. Diante disso temos de tomar muito cuidado”, afirmou. “Embora muitas pessoas estejam pedindo para manter (o evento), o mais importante agora é ter responsabilidade. Queremos fazer tudo com muito cuidado”, disse a deputada. Ainda nesta terça, a Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou o status da doença e declarou que o coronavírus é pandemia.

Ligada aos movimentos das ruas, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) também tem defendido cautela e disse que aguarda posicionamento do Ministério da Saúde.

A manifestação chegou a ser convocada pelo presidente Jair Bolsonaro e também pela Secretaria de Comunicação do governo. Em vídeo publicado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) no Twitter, o presidente afirmou que a manifestação é “espontânea” e “pró-Brasil”, e não contra o Congresso ou o Judiciário.

“Participem e cobrem de todos nós o melhor para todo o Brasil”, declarou em evento em Boa Vista, Roraima, antes de viajar para Miami, nos Estados Unidos. O presidente já havia chamado, por WhatsApp, aliados para participarem do ato, conforme revelado pela colunista do Estado e editora do BR Político, Vera Magalhães, o que resultou em uma semana de crise entre Legislativo e Executivo.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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