‘É difícil você voltar ao normal’, diz Pazuello sobre recuperação da Covid-19

Em primeiro evento público após diagnóstico, ministro da Saúde não se manifestou sobre polêmica com a CoronaVac

  • Por Jovem Pan
  • 11/11/2020 18h25 - Atualizado em 11/11/2020 18h37
Gabriela Biló/Estadão Conteúdo Presidente disse que ainda não está completamente recuperado e que doença é 'complicada'

Em seu primeiro evento público desde que se curou da Covid-19, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que a doença causada pelo novo coronavírus é “complicada” e é “difícil voltar ao normal”. A fala, dita nesta quarta-feira, 11, durante o lançamento da campanha do governo federal em alusão ao Novembro Azul, contrasta com as declarações que o general deu ao lado de Jair Bolsonaro (sem partido) em 22 de outubro, poucos dias depois de ser diagnosticado com a doença. À época, após ser questionado pelo presidente como se sentia depois de ter sido medicado com um coquetel composto por hidroxicloroquina, anita e azitromicina, Pazuello disse estar “zero bala”.

Dias depois, o ministro buscou atendimento em um hospital particular de Brasília para tratar de uma desidratação. Posteriormente, ele deu entrada no Hospital das Forças Armadas (HFA), onde ficou em observação até 1º de novembro. “Queria agradecer as palavras de carinho pela recuperação. Não estou completamente recuperado, é claro. É uma doença complicada. É difícil você voltar ao normal. Mas a gente já consegue trabalhar um pouquinho, já é o primeiro dia de atividade no trabalho”, afirmou o ministro.

O general também não se posicionou sobre o novo capítulo da polêmica da CoronaVac, que teve a retomada dos experimentos autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta quarta. Na véspera, o órgão federal informou que os testes do imunizante desenvolvidos pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan haviam sido suspensos após a morte de um dos voluntários. À Jovem Pan, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) afirmou nesta terça que o caso está sendo investigado como suicídio. A informação de que não havia ligação entre a morte do voluntário e a vacina já havia sido confirmada no mesmo dia por membros do governo de João Doria (PSDB), em coletiva de imprensa.

Doria e o presidente travam um embate quanto a aquisição e obrigatoriedade da CoronaVac. Enquanto o governador defende as duas medidas, o presidente questiona a eficácia do que chama de “vacina chinesa” e utilizou seu perfil no Facebook para se manifestar sobre a paralisação dos estudos. Ele escreveu: “Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Doria queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O Presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.