Flordelis é apontada como mandante de assassinato de marido; polícia faz buscas
Não há mandado de prisão contra Flordelis devido à imunidade parlamentar da deputada
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e a Polícia Civil deflagraram, nesta segunda-feira (24), uma operação, batizada de Lucas 12, para cumprir mandados de prisão preventiva contra 9 dos 11 denunciados pelo assassinato de Anderson do Carmo, ex-marido da deputada federal Flordelis dos Santos de Souza. Ele foi executado com mais de 30 tiros em 16 de junho de 2019. De acordo com a denúncia, a viúva é a mandante do crime, mas não há mandado de prisão contra ela devido à imunidade parlamentar. “O GAECO/MPRJ não requereu mandado de prisão, em razão de a denunciada deter imunidade por estar em exercício de mandato parlamentar de deputada federal. Nestes casos, a Constituição (§ 2º do art. 53) veda a prisão cautelar que não seja a prisão em flagrante delito”, diz o comunicado do MP. Até o momento, cinco filhos foram presos.
Também são cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos réus em Niterói, São Gonçalo, Rio de Janeiro e Brasília/DF. Os mandados foram expedidos pelo Juízo da 3ª Vara Criminal de Niterói, que recebeu a denúncia oferecida pelo GAECO/MPRJ. São alvos dos mandados de prisão preventiva os também denunciados Marzy Teixeira da Silva, Simone dos Santos Rodrigues, André Luiz de Oliveira, Carlos Ubiraci Francisco da Silva, Rayane dos Santos Oliveira, Flávio dos Santos Rodrigues, Adriano dos Santos Rodrigues, Andrea Santos Maia e Marcos Siqueira Costa.
A denúncia apresentada à Justiça aponta que Flávio dos Santos Rodrigues, em conluio com Lucas Cézar dos Santos de Souza, Flordelis e os demais denunciados, atirou diversas vezes contra Anderson do Carmos de Souza, na madrugada do dia 16 de junho de 2019, em sua casa no bairro Badu, Pendotiba, Niterói. Flordelis é responsabilizada por arquitetar o homicídio, arregimentar e convencer o executor direto e demais acusados a participarem do crime sob a simulação de ter ocorrido um latrocínio. A deputada também financiou a compra da arma e avisou da chegada da vítima no local em que foi executada, segundo a denúncia.
O motivo do crime, de acordo com a denúncia, seria o fato de a vítima manter rigoroso controle das finanças familiares e administrar os conflitos de forma rígida, não permitindo tratamento privilegiado das pessoas mais próximas a Flordelis, em detrimento de outros membros da numerosa família. As ações dos demais denunciados são descritas em diferentes etapas como no planejamento, incentivo e convencimento para a execução do crime, assim como em tentativas de homicídio anteriores ao fato consumado, pela administração de veneno na comida e bebida da vítima, ao menos seis vezes, sem sucesso.
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