Grande SP tem 85% dos leitos de UTI ocupados; no estado, índice é de 68%

Secretário Estadual da Saúde afirmou que pode transferir pacientes para o interior

  • Por Jovem Pan
  • 29/04/2020 15h04 - Atualizado em 29/04/2020 15h11
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Rodney Costa/Estadão Conteúdo Duas pessoas com máscaras de proteção contra a Covid-19 na rua São Paulo tem 2.200 óbitos e 25 mil casos de coronavírus

A Grande São Paulo já tem 85% dos leitos de UTI ocupados por causa da crise do novo coronavírus. No estado, esse índice é de 68%. De acordo com o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, 1.786 pessoas estão internadas em UTI.

Em enfermaria, há 1.917 pacientes. A taxa de ocupação nesses leitos é de 47% no estado e 75% na região metropolitana.

Questionado se o estado está enfrentando um novo momento da doença, o governador João Doria (PSDB) afirmou que sim. “Estamos iniciando a fase mais dura e mais difícil do coronavírus e lamentavelmente do número de mortes. Não só em São Paulo, mas no Brasil. Estamos enfrentando um vírus que mata e que, infelizmente, não tem medicamento ou vacina. Só tem uma solução: ficar em casa e obedecer o isolamento social.”

O balanço mais atualizado do número de casos e mortes deve ser divulgado nesta quarta-feira (29), mas Germann adiantou que devem ser 2.200 óbitos e de 25 mil casos. Na terça-feira, São Paulo teve um recorde de registro de mortes: 224 em 24 horas.

Respiradores

O governo do estado anunciou a compra de 3 mil respiradores, que foram adquiridos na China a um custo total de R$ 550 milhões. 500 aparelhos serão entregues ainda esta semana ao Hospitais das Clínicas e, posteriormente, os demais serão encaminhados para outros hospitais da rede estadual na capital e no interior.

Segundo Germann, essa compra traz um “alívio” para a situação das UTIs. Mas, diante do cenário na Grande São Paulo, disse que pode transferir pacientes para o interior. “Temos o interior, para onde podemos transferir doentes. Trabalhamos com leitos próprios da secretaria, depois com leitos de hospitais filantrópicos e depois com privados. Vamos seguir esta sequência”, explicou.

O secretário voltou a destacar que, se a taxa de isolamento social subir, o cenário pode ser revertido, mas que uma taxa abaixo de 50% ainda é um “sinal amarelo”. Se o índice não aumentar, haverá dificuldade em implementar a flexibilização na quarentena, principalmente na região metropolitana.

De acordo com o governo do estado, a meta de isolamento é de 60%. O ideal seria 70%, a fim de evitar o colapso do sistema de saúde. O número está em aproximadamente 48%.

Mesmo diante desse cenário, o chefe do Centro de Contingência Contra a Covid-19, David Uip, afirmou que o avanço da doença não surpreendeu os técnicos, e que o Estado vem se preparando desde fevereiro. “Está se confirmando o que previmos que podia acontecer. São cenários que foram desenhados e curvas epidemiológicas”, disse.

* Com informações do Estadão Conteúdo

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