Odebrecht assina leniência na Lava Jato e executivos devem começar delações
A empreiteira Odebrecht deu início ao processo do chamado acordo de leniência com os procuradoras da Operação Lava Jato. Com isso, as 77 delações premiadas de executivos da empreiteira devem começar ainda nesta quinta-feira. Entre os nomes, está o do ex-presidente da empresa, Marcelo Odebrecht.
O acordo firmado obriga a empreiteira a pagar multa de R$ 6,7 bilhões em 20 anos, sem contar os juros do período. O valor será dividido entre Brasil, dono da maior parte, Estados Unidos e Suíça. Até há alguns dias, o último entrave na mesa para o acordo estava relacionado ao valor que seria pago pela empresa aos três países. Os EUA pressionavam por um valor maior, o que gerou um impasse na reta final das negociações. Como o dinheiro será repartido entre os três países, a exigência de montante maior pelos americanos gerou um entrave na negociação.
A leniência acaba com o empecilho na busca de empréstimos do grupo junto a instituições financeiras e permite que o grupo continue com o direito de participar de obras públicas.
Delações
No caso das delações, as tratativas foram encerradas e restam apenas as formalidades de assinatura do acordo. Apesar de a fase de negociação estar praticamente concluída, o material ainda não será enviado ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Antes de encaminhar as delações para homologação, os procuradores precisam concluir a validação de depoimentos dos delatores, o que pode se estender até as vésperas do recesso do Judiciário, que terá início em 20 de dezembro.
A expectativa é de que após a assinatura dos acordos de delação e leniência a Odebrecht divulgue um comunicado à sociedade sobre a situação do grupo.
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