Manchas de óleo chegam à orla de Ipojuca, no litoral de Pernambuco

Um dos cartões-postais de Pernambuco, a praia amanheceu coberta por manchas óleo neste sábado (19). A origem do material, que se espalha desde setembro pelo litoral nordestino, ainda não foi descoberta

  • Por Jovem Pan
  • 19/10/2019 20h10 - Atualizado em 19/10/2019 20h11
Twitter/Reprodução A praia de Ipojuca, cartão-postal de Pernambuco, foi atingida pelas manchas no sábado (19)

A orla de Ipojuca, onde fica Porto de Galinhas e outros destinos famosos do litoral pernambucano, amanheceu coberta por manchas de óleo neste sábado (19). A substância voltou a aparecer na região com a força das marés e atingiu principalmente a praia de Maracaípe.

Mais de 20 toneladas do produto, que se espalhou desde o Maranhão até a Bahia, já foram retiradas das praias de Pernambuco, segundo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade. A origem do óleo, cujo vazamento foi identificado no início de setembro, ainda não foi descoberta.

A prefeitura de Ipojuca afirma que os 33 quilômetros do litoral estão sendo monitorados com 70 câmeras e uma equipe de agentes do meio ambiente. O órgão também diz ter instalado barreiras de contenção no Rio Maracaípe, para “tentar minimizar o impacto ambiental no estuário e evitar que o óleo adentre no rio”.

O Comitê Gestor de Crise da prefeitura de Ipojuca convidou voluntários para ajudar na limpeza das praias e alertou que o trabalho deve ser realizado com luvas de proteção e calças fechadas para evitar contato direto com a substância tóxica. A recomendação é para guardar o material em baldes ou sacos plásticos, que devem ser recolhidos pela prefeitura.

Para Pâmella Nogueira, mestre em Gestão de Áreas Protegidas, o desastre envolve a “segurança planetária”, já que grande parte do oxigênio vem dos oceanos. “A segunda barreira de coral está no Nordeste brasileiro e os corais são ecossistemas próprios que contêm diversos organismos”, explica.

“Esses corais são um banco de vida que está nos oceanos e hoje em dia a gente tem poucas áreas marinhas implementadas. É questão de segurança nacional: influencia o social, o econômico, o político e o cultural. Esses bancos de vida estão sendo mortos”, lamenta a pesquisadora.

Na última sexta-feira (18), arrecifes próximos à praia de Carneiros, em Tamandaré, localizada a 56 quilômetros de Ipojuca, foram atingidos pelo óleo, o que influencia na produção de oxigênio, segundo a pesquisadora. “(A morte das) barreiras de corais faz com que a quantidade de peixes e fauna marinha diminua e, se outros organismos estão contaminados, a gente se contamina junto”, diz Nogueira.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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