Operador de avião que caiu em BH está com 50% do corpo queimado

As três vítimas feridas na queda do avião estão internadas no Hospital João XXIII. Um ocupante do avião, uma pessoa que estava em um dos veículos atingidos e um pedestre morreram no acidente

  • Por Jovem Pan
  • 21/10/2019 15h45 - Atualizado em 21/10/2019 15h54
Reprodução/Twitter Avião cai em área residencial na cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais

Apontado como o atual operador do avião monomotor prefixo PR-ETJ, que caiu em um bairro residencial de Belo Horizonte, no Estado de Minas Gerais, nesta segunda-feira (21), o empresário Srrael Campras dos Santos está entre os três feridos em decorrência do acidente.

Segundo o contador Agenor Hermógens Canuto Neto, amigo de infância de Santos, o empresário foi socorrido no Hospital João XXIII, estabelecimento público administrado pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais.

“A família ainda não sabe ao certo o que aconteceu, o que ele estava fazendo, e eu não sei dizer para onde ele estava indo. O que sei é que ele está no bloco cirúrgico, com 50% do corpo queimado”, disse Neto.

Sem mencionar nomes, a Fundação Hospitalar confirmou que os três homens feridos em decorrência do choque do avião contra o solo estão internados no João XXIII.

Além de Santos, um outro paciente está internado no Bloco Cirúrgico e seu quadro é considerado gravíssimo. A terceira vítima encontra-se na unidade de Politraumatismo, com 20% do corpo queimado. Os três feridos sofreram queimaduras de 2º e 3º graus.

Segundo o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), o avião SR20 foi adquirido em julho deste ano. Desde então, Santos aparece como operador – que não é o piloto – da aeronave que, antes, pertencia à empresa Helicon Táxi Ltda Aéreo, sediada em Colombo, no Paraná, e cujos representantes informaram que o monomotor estava em condições regulares de uso quando foi negociado.

Condições normais de aeronavegabilidade

No RAB, consta que a aeronave, fabricada em 2007, estava em condições normais de aeronavegabilidade, embora tenha tido o pedido para realizar serviço de táxi-aéreo negado.

Cruzando as informações fornecidas pelo operador no Registro Aeronáutico Brasileiro com os da Receita Federal, a reportagem não conseguiu identificar o setor de atividade a que Santos se dedica atualmente.

Os mesmos dados, no entanto, indicam que, em 2014, ele fundou uma pequena empresa de desenvolvimento de programas de computador sob encomenda, com capital social de R$ 2 mil. Atualmente, o mesmo CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) está associado a uma outra pessoa e a uma outra empresa.

Os representantes da Helicon e o contador Agenor Hermógens Canuto Neto disseram não saber informar para que a aeronave seria utilizada.

O monomotor caiu em uma área residencial do bairro Caiçara, na região Noroeste da capital mineira, perto das 9 horas desta segunda-feira (21). Na queda, atingiu pelo menos três carros, pegando fogo em seguida.

Três pessoas morreram, um deles era ocupante do avião; outra pessoa estava dentro de um dos três veículos atingidos em solo pela aeronave e, possivelmente, um pedestre que passava pelo local no momento do acidente.

Vizinha do local onde o avião caiu, no cruzamento das ruas Rosinha Sigaud com Minerva, a cerca de 1,3 quilômetro do Aeroporto Carlos Prates, de onde partiu o monomotor, Célia Abadia Boy contou que ouviu um barulho muito forte, semelhante a uma explosão, e correu para janela.

Fogo atinge avião e carros

“Da minha casa dá para ver o local onde o avião caiu. A primeira coisa que eu vi foi o avião e carros pegando fogo. E, então, vi pessoas correndo, gritando e uma delas estava em chamas”, narrou Célia, acrescentando que os moradores do bairro Caiçara “vivem com medo, com um pressentimento de que um avião está sempre para cair sobre nossas cabeças, sobre nossas casas”.

Este é o segundo acidente do tipo registrado este ano no mesmo bairro. Em abril, um monomotor modelo Socata ST-10 Diplomate caiu sobre a rua Minerva, matando o piloto, o médico Francisco Fabiano Gontijo, 47 anos, e um instrutor de voo.

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou na época, a aeronave estava voando com a Inspeção Anual de Manutenção (IAM) vencida. Obrigatório, esse documento deve ser renovado anualmente.

*Com informações da Agência Brasil

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