Proximidade de Onyx Lorenzoni com Legislativo incomoda Jair Bolsonaro

  • Por Jovem Pan
  • 28/06/2019 11h48 - Atualizado em 28/06/2019 11h49
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Fátima Meira/Estadão Conteúdo Recentemente Bolsonaro esvaziou o poder de Onyx Lorenzoni, à frente da Casa Civil; motivo seria preocupação com envolvimentos do ministro

Mesmo após esvaziar o poder do ministro da Casa Civil, que perdeu o comando da articulação política com o Congresso, Jair Bolsonaro não está feliz com a proximidade de Onyx Lorenzoni com os presidentes do Senado e da Câmara, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Nos bastidores, o presidente ainda se queixa de que o ministro está fazendo o “jogo” do Legislativo, dando a impressão de que o governo cedeu ao toma lá, dá cá. Agora, nem mesmo a cúpula do DEM arrisca dizer se Onyx sobreviverá no cargo.

Em conversas reservadas, o presidente tem dito que não se pode ceder a tudo o que deputados e senadores querem para o Governo não virar refém da “velha política”. No sábado (22), Bolsonaro chegou a afirmar que o Congresso tem cada vez mais “superpoderes” e quer deixá-lo como “rainha da Inglaterra” – a figura que reina, mas não governa.

Ministro abatido

Quem conversou com Onyx nos últimos dias encontrou um ministro abatido. A interlocutores, o titular da Casa Civil disse, porém, que o seu foco é “única e exclusivamente” a votação da reforma da Previdência. Questionado se está por um fio no governo, ele respondeu: “Claro que não. Isso é uma baita bobagem”.

No fim de semana, Onyx esteve na fazenda do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM). Amigos dos dois disseram que o ministro foi se aconselhar com Caiado e saber se deveria pedir demissão. O governador negou, porém, ter sugerido a Onyx que se antecipasse a uma possível decisão do presidente.

“Nunca teve essa conversa. Especulações foram feitas, mas eu disse a ele que não desse ouvido a falações de quem não tem nenhuma história ao lado do presidente”, afirmou Caiado. “Ele foi o único político que, um ano e meio antes da campanha, rompeu com a Executiva do nosso partido e foi apoiar Bolsonaro. Sair por quê?”.

Estratégia para aprovar reforma

De acordo com O Estado de São Paulo, Bolsonaro não gostou do fato de Onyx ter sido fiador de um acordo pelo qual cada parlamentar deverá receber R$ 40 milhões até 2020 em emendas e recursos extraorçamentários. Pelo acerto, o governo promete liberar R$ 10 milhões para quem votar a favor da reforma da Previdência na Comissão Especial da Câmara e outros R$ 10 milhões após a aprovação da proposta no plenário.

Se tudo correr conforme o script combinado, os deputados receberão, ainda, mais R$ 20 milhões para obras nos seus redutos eleitorais em 2020, ano de disputas municipais. A oferta apresentada por Onyx também beneficia deputados novatos, que não teriam direito a emendas.

Novas mudanças

Recentemente, Bolsonaro transferiu a articulação política da Casa Civil para a Secretaria de Governo, mas as mudanças no núcleo duro da equipe ainda não terminaram. A tarefa de negociação do Palácio do Planalto com o Congresso caberá, agora, ao general Luiz Eduardo Ramos, que assumirá a Secretaria de Governo em julho, no lugar de Carlos Alberto dos Santos Cruz, demitido recentemente.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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