Maioria dos brasileiros apoia distribuição pelo SUS de remédios feitos de cannabis, diz DataSenado

Pesquisa pedida pela senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) mostra que maioria dos brasileiros é a favor dos remédios feitos a partir da planta da maconha

  • Por Jovem Pan
  • 26/09/2019 19h42
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Marcos Oliveira/Agência Senado Mara Gabrilli (PSDB-SP) A senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) defende a liberação de remédios feitos a partir da planta da maconha

A maioria dos brasileiros (79%) acham que medicamentos feitos a partir da planta da maconha devem ser distribuídos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). É o que aponta pesquisa divulgada esta semana pelo DataSenado.

A pesquisa foi solicitada pela senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), que defendeu nesta quinta-feira (26), na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, o uso da maconha para a fabricação de medicamentos. A senadora afirmou que o governo precisa ouvir a sociedade, já que três em cada quatro brasileiros apoiam a cannabis medicinal. “Falamos de saúde pública. Até quando vamos negligenciar as tantas vidas que dependem de um remédio?”, questionou pelo Twitter, ao divulgar a pesquisa do DataSenado.

Ainda de acordo com o levantamento, 75% das pessoas entrevistadas são a favor de que indústrias farmacêuticas sejam autorizadas a produzir remédios à base da erva.

A pesquisa foi feita entre 14 e 27 de junho para ouvir os brasileiros sobre a legalização do uso medicinal da cannabis, gênero de plantas que inclui a maconha. Foram entrevistadas 2.400 pessoas de todas as unidades da Federação, por telefone. A margem de erro é de dois pontos percentuais com nível de confiança de 95%.

Apesar do alto índice de brasileiros a favor da produção e da distribuição de remédios à base de cannabis, a maioria (64%) é contra o cultivo da planta na casa dos pacientes em tratamento médico com substâncias derivadas da maconha. O número é mais que o dobro dos que concordam com o plantio (31%). Para 90% dos entrevistados, esse cultivo deve ser fiscalizado pelas autoridades.

A pesquisa também mostrou que a grande maioria dos entrevistados (87%) declara saber que substâncias retiradas da planta da maconha podem ser usadas para tratar doenças. Entre essas pessoas, 41% conseguem mencionar doenças que poderiam ser tratadas pela cannabis, como epilepsia e câncer, as duas mais lembradas. Apenas 9% declararam conhecer alguém que tenha feito uso medicinal dessas substâncias.

O conhecimento sobre a possibilidade de uso da cannabis em tratamentos de saúde é menor entre os mais velhos, acima de 60 anos (83%), entre os evangélicos (81%), entre as pessoas com renda de até dois salários mínimos (83%) e entre pessoas com escolaridade mais baixa, até o ensino fundamental (81%).

No recorte religioso, os evangélicos têm o menor índice de aprovação à autorização para que indústrias farmacêuticas possam produzir medicamentos à base da planta da maconha. A aprovação nesse grupo é de 67%, contra 75% entre católicos, 80% entre fiéis de outras religiões e 91% entre pessoas sem religião. A aprovação também é mais baixa quanto menor é a escolaridade dos entrevistados.

A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) aprovou nesta quinta-feira uma sugestão legislativa (SUG 6/2016) que estabelece regras para fiscalização e tributação da maconha medicinal. Com a decisão, a matéria sugerida pela Rede Brasileira de Redução de Danos e Direitos Humanos (Reduc) passa a tramitar como projeto de lei. A Mesa do Senado vai definir o número do projeto e por quais comissões será analisado.

*Com Agência Senado

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