RJ: Dois pacientes morrem após queda de energia em hospital municipal

  • Por Jovem Pan
  • 09/05/2020 11h16 - Atualizado em 09/05/2020 11h36
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EFE/ Fernando Bizerra coronavirus-brasil A Light, concessionária de eletricidade que atende o hospital, confirmou que faltou luz no prédio depois que um tiro atingiu um fio da linha

Dois pacientes internados no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, localizado na zona norte do Rio de Janeiro, morreram na sexta-feira (8), após faltar eletricidade na unidade de saúde. Nas redes sociais, funcionários do hospital trocaram mensagens e atribuíram as mortes à falta de luz.

Segundo as mensagens, os geradores de energia não teriam funcionado adequadamente e os respiradores estariam sem bateria. A direção do hospital nega a ligação entre os dois fatos, mas informou que uma sindicância vai apurar os fatos. Um dos pacientes, de 24 anos, estava internado com suspeita da Covid-19.

A Light, concessionária de eletricidade que atende o hospital, confirmou que faltou luz no prédio depois que um tiro atingiu um fio da linha que abastece a unidade de saúde. Cerca de 70 pacientes estavam internados no Centro de Terapia Intensiva (CTI), e 11 teriam sofrido paradas cardíacas momentos depois da falta de energia.

As equipes médicas se dividiram e conseguiram salvar nove deles, segundo os profissionais. Bernardo dos Reis Santos, de 24 anos, foi um dos dois mortos. “O médico me falou que ele teve uma parada cardíaca. Sendo que ontem (quinta-feira) a febre já tinha passado e a gente estava toda esperançosa”, afirmou à TV Globo um parente de Santos.

“Eu não acredito, gente! Nós perdemos aqui no CTI do Gazolla um jovem, um garoto de 24 anos, que internou por covid, mas ele não morreu por covid. Ele morreu porque não tinha luz. Faltou luz. Não tem gerador nesse hospital aqui”, escreveu um profissional que trabalha na unidade de saúde, em mensagem a colegas, segundo divulgou a TV Globo.

O outro paciente que morreu é Sheyla Therezinha Ferreira Gomes, de 59 anos, que estava internada no hospital desde a quinta-feira. Ela sofreu parada cardíaca e foi reanimada, mas acabou morrendo, pouco mais de uma hora após a falta de luz.

Direção nega

Em nota divulgada pela Secretaria Municipal de Saúde, o diretor do hospital, Luis Fernando Gandara, afirma que “não há qualquer relação entre a queda de energia ocorrida na unidade com nenhum óbito no CTI”.

“Os equipamentos que estavam em uso pelos pacientes continuaram funcionando com suas baterias próprias”, diz a nota. “A falta de luz na unidade ocorreu às 13h19 e o gerador foi imediatamente acionado, levando um minuto e 25 segundos para entrar em operação. A Light, responsável pelo fornecimento de energia, também foi acionada imediatamente”.

Segundo a pasta, a Empresa Pública de Saúde do Rio de Janeiro (RioSaúde), empresa vinculada à secretaria municipal de Saúde responsável pela administração do Hospital Ronaldo Gazolla, vai abrir uma sindicância para apurar os fatos.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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