9 coisas que você precisa saber sobre o novo coronavírus

  • Por Jovem Pan
  • 18/03/2020 14h28
EFE/Sebastião Moreira Entre os principais países afetados, além da própria China, estão Irã e Itália -- com mais de 27 mil e 16 mil casos positivos, respectivamente

A pandemia do novo coronavírus, que começou em dezembro na cidade de Wuhan, na China, já tomou proporções inimagináveis. Hoje, são 7,5 mil mortos e 190 mil infectados em todo o mundo.

Entre os principais países afetados, além da própria China, estão Irã e Itália — com mais de 27 mil e 16 mil casos positivos, respectivamente.

No Brasil, já são pelo menos 290 casos confirmados. Uma morte foi registrada no estado de São Paulo e pelo menos outras 4 são investigadas na capital paulista e em Niterói, no Rio de Janeiro.

A Jovem Pan reuniu aqui as principais dúvidas sobre o tema. Confira.

A máscara é eficaz na prevenção do coronavírus?

Embora seja um item cada vez mais comum de ser visto nas ruas, a máscara cirúrgica não é tão eficaz na prevenção do novo coronavírus. Isso porque, em vias de regra, deve ser usada por quem já está com um vírus e quer evitar o contágio para outras pessoas.

Se uma pessoa saudável e que faz uso de máscara tiver contato com o vírus, ele ainda pode entrar no corpo em contato com os olhos, por exemplo, ou pelo simples ato de ajustar a proteção do rosto.

Além disso, a máscara mais comum de ser encontrada nas farmácias só pode ser usada por, no máximo, duas horas — justamente por estar em constante contato com o gotículas de saliva.

Por isso, é importante ressaltar que a maneira mais segura e eficaz de se proteger contra as doenças infectocontagiosas é lavando muito bem as mãos, fazendo uso do álcool em gel e evitando aglomerações.

Existe previsão para uma vacina contra covid-19?

Apesar de o mundo inteiro estar trabalhando e investindo em pesquisas para uma vacina contra o novo coronavírus, a expectativa é de que elas circulem daqui mais ou menos um ano.

O processo de fabricação de um antivírus é lento e complicado porque, muitas vezes, a dose é feita com o vírus ainda vivo — embora atenuado. Para que ele iniba a doença, em vez de provocá-la, são feitos diversos testes, em inúmeros cenários, para que a versão mais segura e eficiente seja produzida e distribuída.

Alguns dos países que estão na frente nessa corrida são os Estados Unidos, a China e o próprio Brasil.

Com qual frequência devemos lavar as mãos?

Não existe uma frequência exata, mas as orientações gerais indicam que a higiene das mãos deve ser feita com água e sabão ou com qualquer solução alcoólica sempre antes e após manusear alimentos, realizar cuidados pessoais ou entrar em contato com boca, nariz e olhos.

É importante lembrar que a lavagem das mãos feita corretamente leva entre 20 e 30 segundos, e inclui o dorso das mãos, meio dos dedos, palma, debaixo das unhas e punho.

Se você não tem água e sabão por perto, a limpeza pode ser substituída pelo uso do álcool em gel. Seu uso é recomendado, principalmente, para quem usa muito transporte público, já que o vírus da covid-19 e também de outras doenças, como a gripe e o H1N1, pode ficar por algum tempo nas superfícies.

Quais os sintomas do novo coronavírus?

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, os sintomas mais comuns do novo coronavírus são febre, tosse e dificuldade de respirar.

Outros sintomas, registrados em parte dos pacientes, podem ser: dores, congestão nasal, coriza, dor de garganta ou diarreia.

De forma geral, os sintomas são leves e evoluem de forma gradativa. Porém, para os grupos de risco, o quadro pode se agravar para uma pneumonia — necessitando, inclusive, de tratamento intensivo.

Como saber qual o momento certo de ir ao hospital?

De acordo com orientações do infectologista David Uip, que também é coordenador da equipe que combate a pandemia do novo coronavírus no estado de São Paulo, a hora de procurar um hospital é quando a febre estiver muito elevada, não abaixando, e a tosse seca e falta de ar persistir.

De qualquer forma, o ideal é evitar idas desnecessárias a unidades de saúde porque, nesses lugares, o risco do contágio pode ser ainda maior — principalmente para os grupos de risco.

Alguns planos de saúde oferecem uma “teletriagem” feita com enfermeiros e médicos online. A medida tem como objetivo descartar o diagnóstico de covid-19 aos pacientes que estão com um resfriado ou gripe comum.

Qual a melhor forma de proteger os grupos de risco?

Os idosos, pessoas cardiopatas, com problemas respiratórios, doenças crônicas e com a imunidade comprometida — como as em tratamento de câncer, por exemplo — fazem parte do grupo de risco para o novo coronavírus.

Como qualquer doença infectocontagiosa, a melhor maneira de se proteger é fazendo uso da vacina. Como no caso do coronavírus isso ainda não é possível, o ideal é que essas pessoas evitem sair de casa e, quando precisarem, redobrem os cuidados de higiene.

Algumas empresas já liberaram o trabalho home office para pessoas acima de 60 anos ou que tenham alguma condição que as coloque no grupo de risco.

Outra medida que pode ser adotada é evitar beijos, abraços e contato próximo com o grupo — principalmente as crianças que, apesar de não sofrerem de forma grave as consequências de covid-19, são grande transmissor do vírus por estarem sempre em contato com muitas pessoas, como na escola.

Por que o isolamento voluntário é recomendado? 

Como já falamos anteriormente, o isolamento voluntário é recomendado para as pessoas do grupo de risco e também para quem não possui problemas de saúde.

Desde o fim de semana, circula nas redes sociais campanhas para o trabalho home office e avisos de que é importante o resguardo porque pessoas saudáveis funcionam como “transmissoras” entre pessoas infectadas e os grupos de risco.

Com isso, algumas cidades do Brasil já adotaram a suspensão do transporte — como é o caso do ABC Paulista. Na região metropolitana da capital paulista, shopping e academias também ficarão fechados por recomendação pelo menos até o dia 30 de abril.

O poder público também tem se mobilizado. No Distrito Federal, o governador Ibaneis Rocha decretou ponto facultativo aos servidores até sexta-feira (20). Os postos do INSS também terão o atendimento ao público suspenso por, pelo menos, 15 dias.

Corro risco de contrair a covid-19 ao ter contato com produtos chineses?

Embora o vírus da covid-19 resista em superfícies por até 24 horas, é impossível que ele resista a dias de viagens e a variações bruscas de temperaturas — como aconteceria em uma viagem marítima ou aérea. Portanto, não há riscos em realizar operações de compra e venda com o exterior.

O único problema que pode ser enfrentado é a dificuldade no tráfego aéreo. Muitas companhias já reduziram mais da metade de suas frotas, além de importantes países terem fechado suas fronteiras.

É possível prever o impacto dessa pandemia no mundo?

Não. Por se tratar de uma situação sem precedentes, os impactos econômicos e sociais no mundo todo ainda são incalculáveis. O setor aéreo enfrenta uma de suas piores crises, e a Bolsa de Valores está atingindo níveis que não eram esperados.

Mesmo com fronteiras fechadas e viagens suspensas, a dólar já ultrapassou os R$ 5. As Bolsas de todo o mundo reagem a cada pronunciamento de autoridades ou dos bancos centrais.

Em 10 dias, a Bovespa já acionou o ‘circuit breaker’ pela segunda vez na semana e pela sexta vez desde o início da pandemia. Antes do coronavírus, a última vez que as negociações tinham sido suspensas pelo mecanismo foi em 2017 — em meio às denúncias contra o empresário Joesley Batista.

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