Comissão Eleitoral turca confirma vitória por maioria absoluta de Erdogan

  • Por Agencia EFE
  • 10/08/2014 17h22
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Ancara, 10 ago (EFE).- A Comissão Eleitoral da Turquia confirmou a vitória por maioria absoluta nas eleições presidenciais realizadas hoje do atual primeiro-ministro do país, Recep Tayyip Erdogan, o que o transforma no novo chefe de Estado eleito.

Com 99% da apuração concluída, Erdogan venceu no primeiro turno com 51,8% dos votos e sucederá o presidente Abdulah Gül em um mandato de cinco anos.

Seu rival mais próximo, o acadêmico Ekmeleddin Ihsanoglu, obteve 38,5%, e o ativista curdo Selahattin Demirtas, 9,8%, segundo o jornal “Hürriyet”.

“Já foram apurados 99% dos votos. Os votos sem contar não vão alterar o resultado”, disse em comunicado o presidente da Comissão Eleitoral, Sadi Güven. Os dados finais da apuração serão divulgados amanhã.

“Erdogan alcançou a maioria absoluta dos votos válidos. Decidimos portanto que não há necessidade de preparar um segundo turno”, disse a nota.

O presidente da Turquia tem poderes limitados e um papel mais cerimonial, embora Erdogan tenha dito que quer realizar uma reforma legal para conceder mais poder ao chefe do Estado.

Para fazer esta reforma seria necessário uma mudança constitucional, o que só seria possível com uma ampla vitória do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), liderado Erdogan, nas eleições legislativas de 2015.

Para conseguir fazer uma emenda constitucional se requer o respaldo de dois terços do parlamento turco.

Até o momento Erdogan prometeu uma presidência “ativa”, utilizando todas as funções do cargo, como a possibilidade de convocar e presidir as reuniões do gabinete de ministros.

Erdogan, que esteve à frente do governo turco os últimos 12 anos, não oculta seu desejo de seguir no poder pelo menos até 2023, quando será celebrado o centenário da fundação da República Turca.

Aproximadamente 53 milhões de turcos foram convocados para votar e a participação popular foi de 74%, segundo a imprensa turca, abaixo de 89% registrado nas eleições locais de março.

Todos os analistas coincidiram que uma baixa participação beneficiaria Erdogan, já que seu eleitorado conservador é mais fiel que o dos partidos laicos da oposição.

O principal rival de Erdogan, Ekmeleddin Ihsanoglu, de 70 anos, não despertou entusiasmo entre os eleitores dos dois partidos opositores, o social-democrata CHP e o nacionalista MHP, e seus resultados ficaram abaixo do apoio que estas legendas costumam obter de forma combinada.

O terceiro candidato, o jovem político curdo Selahattin Demirtas, alcançou um bom resultado para seu partido, o pró-curdo BDP, que nunca teve mais de 7% dos votos, ao conseguir a adesão de eleitores laicos turcos atraídos por seu ideário de esquerda. EFE

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