Algumas regiões enfrentam segunda onda, diz Guedes sobre avanço da pandemia

Fala de ministro destoa da posição de Jair Bolsonaro, que classificou repique da Covid-19 como ‘conversinha’

  • Por Jovem Pan
  • 19/11/2020 18h44
Wagner Pires/Estadão Conteúdo O presidente Jair Bolsonaro ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes Decisão que 'blinda' Paulo Guedes foi publicada por Jair Bolsonaro nesta quinta-feira

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira, 19, que algumas regiões brasileiras enfrentam a segunda onda de infecções pelo novo coronavírus. A fala do chefe da equipe econômica destoa da posição do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que classificou o repique da pandemia como “conversinha.” O ministro comentou sobre o avanço da Covid-19 ao afirmar o que o Brasil está pronto para enfrentar novamente a pandemia, mas que isso não está nos planos do governo federal. “É fato que tá havendo um retorno, uma segunda onda. Por enquanto, algumas regiões estão enfrentando isso. Nós enfrentaremos como antes, nós sabemos enfrentar a crise”, disse durante participação no 41º Congresso Brasileiro de Previdência Privada.

Guedes também comentou sobre os resultados das eleições municipais realizadas no domingo passado, 15, e afirmou que a vitória de partidos da centro-direita comprovam a consolidação das agendas política e econômica promovida pela campanha de Bolsonaro, em 2018. O DEM foi o partido com maior número de candidatos eleitos na comparação com as eleições de 2016, quando tinha o comando de 268 cidades. Apenas com os resultados do primeiro turno, o partido já conquistou 459 municípios, um aumento de 191 prefeitos. O partido fica atrás do MDB, PP, PSD e PSDB no número total de prefeitos, mas foi o que mais evoluiu na quantidade de cidades comandadas em relação ao pleito anterior. “Todos os partidos de centro-direita tiveram aumento no número de prefeitos, aumentaram abrangência. Isso significa que a mesma aliança que ganhou as eleições em 2018 continuou ampliando seu espectro de votos”, disse.

Sem apontar nomes ou setores, o posto Ipiranga de Jair Bolsonaro afirmou que há “muita impaciência” com o novo governo, e que falta cultura da classe política em manter a responsabilidade fiscal. Segundo o ministro, as transformações propostas pelo Pacto Federativo irão contribuir para transformar essa realidade. “Estados, municípios, todos estão muito apertados com os gastos públicos indexados e despesas obrigatórias. Teve um trabalho que não foi feito, que é o objeto do Pacto Federativo, que é a classe política assumir o controle dos gastos públicos. […] 96% do orçamento é carimbado, há uma briga feroz pelos outros 4% e isso é insuficiente para que opinião pública se convença de que nós estamos fazendo um bom trabalho. Nós eu digo os três poderes.”

O ministro voltou a repetir a sua expectativa de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer próximo dos 4% no próximo, índice mais otimista que as previsões oficiais da Secretaria de Política Econômica (SPE), que estima avanço de 3,2% em 2021, ante a queda histórica de 4,5% prevista para este ano. O ministro justificou o seu otimismo com o ritmo do avanço do emprego e investimentos que ainda serão injetados na economia até o fim do ano. “Criamos 100 mil empregos em julho, 200 mil em agosto, 300 mil em setembro, e vamos continuar criando. Tem quase R$ 100 bilhões para entrar no governo, entre R$ 50 bilhões do auxílio emergencial que falta, R$ 30 bilhões de FGTS, o saldo de poupanças feitas durante a crise, programas de crédito”, elencou. 

 

 

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