Coronavírus: BC adota medidas de liquidez diante da crise econômica

  • Por Jovem Pan
  • 13/03/2020 11h54
Flickr/Ministério da Economia Segundo Paulo Guedes, agenda de reformas deve passar 'entre três e quatro meses' pelo Congresso Nacional Segundo Paulo Guedes, o Banco Central editou duas medidas que podem injetar R$ 135 bilhões na economia brasileira

O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou nesta sexta-feira (13) as medidas de liquidez que podem ser tomadas pelo governo diante da crise econômica causada pelo novo coronavírus.  Entre as ações adotadas pelo Banco Central está a redução da alíquota de recolhimento compulsório.

No dia 20 de fevereiro, o BC editou duas medidas que podem injetar R$ 135 bilhões na economia. “O Banco Central vai anunciar medidas de liquidez, R$ 135 bi entram em efeito hoje”, disse o ministro, após reunião com os presidentes da Caixa, Pedro Guimarães, do Banco do Brasil, Rubem Novaes, e do Banco Central, Roberto Campos Netos, que participou por teleconferência.

A primeira das medidas já anunciada foi a redução da alíquota de recolhimento compulsório sobre recursos a prazo de 31% para 25%, o que representa a liberação de R$ 49 bilhões no sistema bancário. Essa liberação entra em vigor na segunda-feira (16).

A outra medida, já valendo desde 2 de março, foi a redução da parcela dos recolhimentos compulsórios considerados no Indicador de Liquidez de Curto Prazo (LCR) dos bancos. Essa medida libera outros R$ 86 bilhões para que os bancos possam emprestar mais.

Apesar da liberação de recursos pelo Banco Central, isso não significa um aumento imediato nas operações de crédito, que dependem da demanda dos tomadores e das estratégias dos bancos.

Reformas e harmonia entre poderes

O ministro da Economia voltou a defender a aprovação de reformas pelo Congresso para destravar o crescimento econômico.

Ao chegar na sede do Ministério da Economia, Guedes pregou harmonia entre os poderes Executivo e Legislativo e voltou a se posicionar contra a derrubada do veto presidencial do Benefício de Prestação Continuada (BPC), que tem custo estimado de R$ 20 bilhões só neste ano.

“Anteontem fomos ao Congresso em um momento complicado, em que foi votada uma medida de R$ 20 bilhões, (fomos) em solidariedade às lideranças políticas”, disse ele, em referência aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e ao presidente Jair Bolsonaro.

Na avaliação de Guedes, a derrubada do veto foi uma derrota política de todos, não só do governo, mas também das lideranças do Legislativo. “Vocês viram o efeito que está tendo na economia essa nossa desarticulação política. Esses desentendimentos nossos criam problemas para a economia”, acrescentou.

*Com informações do Estadão Conteúdo.

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