Dólar cai e fecha a R$ 5,20 com expectativa de estímulos nos EUA; Ibovespa sobe
Mercados repercutem positivamente anúncio do Banco Central norte-americano e aguardam por detalhes do plano de recuperação da economia em discurso de Joe Biden
A expectativa de estímulos na economia dos Estados Unidos trouxe alívio ao mercado financeiro nesta quinta-feira, 14, e fez o dólar engatar o terceiro dia seguido de queda. A divisa norte-americana registrou baixa de 1,96%, cotada a R$ 5,207. Na máxima, o dólar não ultrapassou R$ 5,302, enquanto a mínima bateu R$ 5,192. O câmbio fechou a véspera com queda de 0,22%, a R$ 5,301. O cenário positivo no exterior também refletiu nos negócios dentro do país. O Ibovespa, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira, fechou o pregão com avanço de 1,27%, aos 123.480 pontos. A B3 havia encerrado as negociações da quarta com queda de 1,67%, aos 121.933 pontos.
O bom humor foi intensificado após o anúncio do Banco Central dos EUA (Fed, na sigla em inglês) sobre a manutenção dos juros baixos nos próximos meses. O presidente da entidade, Jerome Powell, afirmou nesta quinta que ainda não é o momento de mudança das estratégias adotadas para a recuperação da maior economia do mundo em meio ao endurecimento da pandemia do novo coronavírus. Os investidores também aguardam pelo discurso que o presidente eleito Joe Biden fará logo mais e o possível anúncio do pacote de US$ 2 trilhões para impulsionar a economia norte-americana, entre outras medidas que serão adotadas pelo seu governo para mitigar os efeitos da Covid-19.
No cenário doméstico, o mercado passou o dia apreensivo após o fortalecimento dos rumores de demissão do presidente do Banco do Brasil, André Brandão, a pedido de Jair Bolsonaro (sem partido). A entidade se manifestou nesta quinta afirmando que não havia sido avisada de mudanças na gestão. O Banco do Brasil é uma empresa de economia mista, e apesar de ter papéis negociados no mercado financeiro, a maior parte das ações que dão direito a voto pertencem ao governo federal. Os rumores da queda de Brandão a mando do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tomaram força na véspera, após o chefe do Executivo mostrar insatisfação com o último anúncio do banco, na segunda,11, de fazer uma reorganização administrativa com redução de agências e demissão de cinco mil funcionários. Apesar de não confirmados, o boato foi forte o suficiente para fazer as ações do BB na Bolsa de Valores brasileiras despencarem quase 5% nesta quarta. Brandão entrou na presidência em setembro do ano passado após a saída de Rubem Novaes.
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