Dólar cai para R$ 4,77 com prévia da inflação e sanções à Rússia no radar; Bolsa sobe

Moeda norte-americana registra desvalorização ante o real pelo oitavo dia consecutivo com a entrada de capital estrangeiro no país

  • Por Jovem Pan
  • 25/03/2022 10h25 - Atualizado em 25/03/2022 10h38
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ITACI BATISTA/ESTADÃO CONTEÚDO Cédulas de dólar e real espalhadas Dólar recua após Campos Neto comentar sobre inflação acima do esperado em março

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro caminham para fechar a semana no campo positivo nesta sexta-feira, 25, com investidores analisando os dados da prévia da inflação em março e os efeitos de novas sanções à Rússia. Por volta das 10h20, o dólar registrava queda de 1%, a R$ 4,785. O câmbio chegou a bater a mínima de R$ 4,777, enquanto a máxima não passou de R$ 4,826. A divisa encerrou a véspera com recuo de 0,25%, cotado a R$ 4,832, a menor cotação desde o dia 13 de março, quando encerrou em R$ 4,816. Seguindo o clima positivo nos mercados internacionais, o Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, operava com alta de 0,25%, aos 119.353 pontos. O pregão desta quinta-feira, 24, fechou com alta de 1,36%, aos 119.052 pontos, o melhor resultado desde 1º de setembro, quando foi a 119.395 pontos.

Os mercados seguem acompanhando a agenda dos líderes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) após o anúncio de novas sanções à Rússia. Os Estados Unidos e a União Europeia anunciaram nesta sexta-feira a criação de um grupo de trabalho para atuar na redução da dependência europeia de combustíveis fósseis russos, principalmente o gás. O grupo se reúne em Bruxelas em meio ao recrudescimento dos conflitos no Leste Europeu. O clima tenso mantém a cotação das commodities, sobretudo o petróleo, pressionada. Apesar de registrar queda de 2% nesta manhã, o barril do tipo Brent — referência na maior parte do globo — era negociado acima de US$ 116. Já o WTI, base do mercado norte-americano, caia 2,4%, aos US$ 109.

No cenário doméstico, a prévia da inflação brasileira registrou alta de 0,95% em março, levemente abaixo do avanço de 0,99% em fevereiro, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este é o maior resultado para o mês em sete anos, ou seja, desde março de 2015. Apesar de recuar frente a fevereiro, o acumulado de 12 meses foi a 10,79%, acima dos 10,76% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. O avanço foi puxado pelos alimentos, mas todos os nove grupos de bens e serviços registraram alta no mês.

A prévia da inflação de março absorve apenas parte dos impactos do conflito no Leste Europeu, iniciado no dia 24 de fevereiro. A disparada das commodities, sobretudo o petróleo e os grãos, aumentou a pressão sobre a inflação em todo o mundo. O Banco Central (BC) admitiu nesta quinta-feira, 24, que não deve cumprir com a meta para o IPCA neste ano ao subir a previsão para 7,1%. Em um cenário alternativo, a variação ficaria em 6,3%. Em ambos os casos, o patamar estoura o teto de 5%, com centro de 3,5% e piso de 2%. Caso se confirme, será o segundo ano seguido que o IPCA extrapola o limite máximo estipulado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, estima que a inflação atinja o pico em abril, para então iniciar processo de queda.

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