Dólar fecha semana em queda com otimismo nos mercados globais; Ibovespa mantém 110 mil pontos

Moeda norte-americana encerra sexta-feira com recuo de 0,18%, cotada a R$ 5,32; Bolsa de Valores renova máxima desde fevereiro

  • Por Jovem Pan
  • 27/11/2020 18h34 - Atualizado em 27/11/2020 19h30
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Arquivo/Agência Brasil Cédulas de dólar desfocadas Dólar sobe e interrompe sequência de seis semanas seguidas de queda

O dólar encerrou a segunda semana seguida em queda pelo bom humor gerado nos mercados internacionais após uma sequência de notícias positivas. Nesta sexta-feira, 27, a moeda norte-americana encerrou as negociações com recuo de 0,18%, cotada a R$ 5,325. Na semana, o dólar registrou baixa de 1,1%, enquanto o mês soma queda de 7,2%. Apesar da recente calmaria, o constante avanço da moeda nos meses anteriores faz o dólar acumular alta de 32,7% desde o primeiro dia de negociações em janeiro. O otimismo internacional também impulsionou a Bolsa de Valores brasileira em uma semana marcada por renovações consecutivas da máxima do Ibovespa. Nesta sexta, o principal índice da B3 fechou com avanço de 0,32%, aos 110.575 pontos, após superar a marca dos 111 mil pontos durante o dia. Este é o melhor resultado para os negócios desde 21 de fevereiro, quando o Ibovespa encerrou aos 113.681 mil pontos.

Os investidores estão mais abertos ao riscos desde o início da semana com a divulgação de novos avanços na descoberta do imunizante contra a Covid-19. A autorização de Donald Trump para que o pessoal de Biden inicie o processo de transição de poder na maior economia do mundo, anunciado pelo presidente no Twitter na noite de segunda, também impulsionou o bom humor do mercado financeiro. Para completar a euforia, Biden revelou novos nomes que farão parte da sua equipe de governo e confirmou a ex-presidente do Banco Central dos EUA (Fed, na sigla em inglês), Janet Yellen, como secretária do Tesouro. O bom humor se espraiou ao longo de toda a semana, a despeito do avanço da pandemia do novo coronavírus por partes dos Estados Unidos e da Europa.

Apesar do otimismo com o noticiário estrangeiro, investidores mantém a apreensão com o desemprego recorde, o cenário fiscal brasileiro e o risco de disparada das contas públicas com o repique da pandemia em diversas regiões do Brasil. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na manhã desta sexta-feira que a taxa de desemprego chegou a 14,6% no trimestre de julho a setembro, a mais alta desde o início da série histórica, em 2012. No total, são 14,1 milhões de brasileiros na fila do emprego, aumento de 1,3 milhão na comparação ao segundo trimestre do ano. A taxa de desocupação subiu em dez estados e ficou estável nos demais.

Investidores também estão atentos nas movimentações em Brasília para a aprovação dos pacotes de reformas estruturais encaminhadas pelo Ministério da Economia ao Congresso Nacional. O mercado enxerga risco na disparada das contas públicas do governo federal em meio ao aumento do registro de infecções da Covid-19 em diversos Estados brasileiros. O ministro Paulo Guedes buscou passar tranquilidade aos investires ao longos dos últimos dias afirmando que o governo não conta com uma segunda onda da pandemia e que o auxílio emergência será encerrado em 31 de dezembro deste ano, sem possibilidade de nova prorrogação. O benefício que transfere renda para a população mais vulnerável é a principal fonte de gastos do governo federal para mitigar os efeitos do novo coronavírus. Segundo cálculos da equipe econômica, serão gastos R$ 322 bilhões com o programa até o fim do ano.

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