Dólar mantém queda e fecha semana a R$ 5,12; Ibovespa segura 113 mil pontos
Expectativa dos investidores com início de vacinação ainda em 2020 enfraquece moeda dos EUA e impulsiona mercados ao redor do globo
Depois de passar a maior parte do dia em alta, o dólar inverteu o sinal e fechou a sexta-feira, 4, com desvalorização de 0,30%, a R$ 5,124. Este é o menor valor para a divisa dos Estados Unidos desde o dia 22 de julho, quando encerrou as negociações cotada a R$ 5,116. A moeda encerrou a semana com queda de 3,77% ante o real, e na parcial de dezembro o recuo é de 4,15%. Apesar da recente calmaria, o constante avanço da moeda nos meses anteriores faz o dólar acumular alta de 27,17% desde o início do ano. Os investidores mantiveram a propensão ao risco durante toda a semana com a expectativa de inicio da imunização contra o novo coronavírus no Reino Unido e nos EUA ainda em 2020. O otimismo nos mercados globais também impulsionou a Bolsa de Valores brasileira para níveis do pré-pandemia. O Ibovespa, principal índice da B3, fechou com avanço de 1,30%, aos 113.570 pontos. Em parte do dia, o índice encostou nos 114 mil pontos e superou a marca dos 113.681 pontos alcançados em 21 de fevereiro.
O bom humor da semana foi reflexo da divulgação de planos para iniciar campanhas de imunização contra o novo coronavírus na Europa e nos Estados Unidos antes do previsto. Autoridades do Reino Unido autorizaram em caráter emergencial a vacina desenvolvida pela Pfizer em parceria com o laboratório BioNTech. Segundo o premiê Boris Johnson, a campanha de imunização deve iniciar na próxima semana. Também esteve no radar as negociações entre a farmacêutica e o órgão regulador de medicamentos dos EUA (FDA, na sigla em inglês) para a liberação do imunizante. Por outro lado, pesa o avanço da pandemia em territórios norte-americanos e países europeus e o registro do número recorde de mortes. O mercado também acompanha as negociações no Legislativo dos EUA para a aprovação de um pacote de estímulos fiscais na casa dos US$ 900 bilhões para reforçar a maior economia do mundo em meio ao repique da pandemia.
No cenário doméstico, os investidores estão apreensivos com o risco do maior descontrole das contas públicas e as negociações no Congresso para aprovação de reformas estruturantes. Nesta quinta, 3, o IBGE divulgou avanço de 7,7% do Produto Interno Brasileiro (PIB) no terceiro trimestre de 2020, após dois períodos seguidos de retração. Apesar dos sinais de recuperação, o número veio aquém do esperado pelo governo e analistas do mercado. Investidores também acompanham a votação no Supremo Tribunal Federal (STF) que pode liberar a reeleição dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM) e as consequências aos acordos entre o governo federal e o Legislativo para fazer andar as pautas econômicas.
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