Ibovespa quebra a marca dos 124 mil pontos com otimismo global e vacina

Investidores ainda repercutem ‘onda azul’ nos EUA e avanços na imunização contra a Covid-19 no Brasil; dólar oscila e chega a R$ 5,43

  • Por Jovem Pan
  • 08/01/2021 13h03 - Atualizado em 08/01/2021 15h41
Pixabay Bolsa de valores Clima otimista nas Bolsas internacionais não foi o suficiente para impulsionar os negócios no Brasil

Depois de renovar a máxima histórica na véspera, o Ibovespa mantém o viés de alta nesta sexta-feira, 8, e opera de forma inédita acima dos 124 mil pontos. Às 15h40, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira avançava 1,69%, aos 124.457 pontos. O otimismo é impulsionado pelo bom humor nos mercados globais com a perspectiva da gestão de Joe Biden na Casa Branca e os novos estímulos para a economia norte-americana após a retração gerada pela pandemia do novo coronavírus. Os investidores também repercutem os pedidos protocolados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a liberação de imunizantes contra a Covid-19. Nesta manhã, o Instituto Butantan encaminhou a requisição para uso emergencial da CoronaVac, a vacina desenvolvida em parceria com o laboratório Sinovac. Já no início da tarde foi a vez da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) pedir aprovação para aplicar o imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca. O órgão ligado ao governo federal tem 10 dias para se manifestar. Após abrir em baixa, o dólar subiu e passou a oscilar. A moeda norte-americana registrava alta de 0,60%, a R$ 5,431. A divisa chegou na máxima de R$ 5,437, enquanto a mínima não baixou de R$ 5,322. O dólar fechou a véspera com alta de 1,82%, cotado a R$ 5,399, o maior valor desde 23 de novembro.

O pregão brasileiro segue o otimismo nas bolsas internacionais com a perspectiva de novos estímulos para a economia dos Estados Unidos sob o comando de Biden. Os mercados ainda repercutem a “onda azul” na maior potencia do mundo após a confirmação dos dois senadores democratas na Geórgia após disputa acirrada com os republicanos. Com o resultado, o partido de Biden terá controle da Presidência, Senado e Câmara dos EUA.  Nem a divulgação o Departamento do Trabalho sobre o fechamento de 140 mil empregos no mês passado — o maior registro desde abril, e o registro de 4 mil óbitos por Covid-19 nas últimas 24 horas abalaram o bom humor dos mercados.

Já no noticiário doméstico, a Anvisa recebeu dois pedidos para autorizar a imunização emergencial da população contra o novo coronavírus. O Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, encaminhou o pedido de liberação da CoronaVac manhã desta sexta após apresentar eficácia de 78% do imunizante. Horas depois, a Fiocruz apresentou o requerimento para liberação da desenvolvida pela Universidade de Oxford e AstraZeneca. Segundo a Anvisa, o pedido da Fiocruz é para o uso de 2 milhões de doses de vacinas que devem ser importadas do laboratório Serum, sediado na Índia. A população do Reino Unido, que já estava sendo vacinada com o imunizante da Pfizer, começou a receber doses da vacina de Oxford na última segunda-feira, 4. A Anvisa tem 10 dias para analisar os documentos, mas ressalta que o prazo não considera o eventual tempo que o processo possa ficar pendente de informações, que devem ser apresentadas pelo laboratório.

A expectativa é que a imunização inicie até o fim deste mês. Desde 2020, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) afirma que a CoronaVac começará a ser aplicada nos paulistas em 25 de janeiro. A data foi confirmada nesta quinta durante a apresentação dos resultados clínicos do imunizante. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou nesta quinta que, “na melhor hipótese”, a vacinação em todo o território nacional inicia no dia 20 de janeiro, enquanto no pior dos cenários, a campanha deve começar entre 10 de fevereiro e final de março. De acordo com o ministro, a expectativa é a distribuição de de 30 milhões de doses por mês, considerando as produções da Fiocruz e do Instituto Butantan. Pazuello também reiterou a informação de que, até o final de 2021, o Brasil terá 354 milhões de doses à disposição, sendo 254 milhões desenvolvidas pela Fiocruz e outras 100 milhões pelo Butantan.

 

 

 

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