Mercado eleva expectativa do PIB para 3,50%; inflação sobe para 3,53%
Dados do Boletim Focus também alteram previsão do câmbio para R$ 5,01 até o fim do ano; taxa de juros fica estável em 3,50%
O mercado financeiro revisou a expectativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro para alta de 3,50% em 2021, ante de projeção de 3,49% há uma semana, segundo números publicados pelo Boletim Focus nesta segunda-feira, 1º. Esta é a quarta semana consecutiva que os economistas e casas de análise consultadas pelo Banco Central alteram a previsão para o crescimento econômico. Há um mês, a projeção era de alta de 3,40%. O valor é igual ao exposto pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na semana passada durante uma apresentação para investidores. O relatório também apresenta nova expectativa para a a inflação, agora a 3,53%. Na semana passada, a estimativa para o avanço do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) era de 3,50%, ante 3,32% há um mês. O novo valor está mais próximo da meta de 3,75% perseguida pela autoridade monetária nacional, com margem para flutuar entre 2,25% e 5,25%. A inflação encerrou o ano de 2020 a 4,52% — acima das expectativas do mercado —, puxada principalmente pelo encarecimento dos alimentos. A meta para o Banco Central no ano passado era de 4%, com variação de 2,50% e 5,50%.
As fontes consultadas pelo Banco Central esperam que o câmbio encerre a R$ 5,01, ligeiramente acima dos R$ 5 cotados no Boletim Focus da semana passada. O dólar abriu com viés de baixa nesta segunda-feira, negociado a R$ 5,45. Na semana passada, a moeda norte-americana encerrou a R$ 5,47, com alta acumulada de 5,5% no mês de janeiro. O mercado manteve a expectativa para a taxa básica de juros para 3,50% no fim deste mês. O valor é o mesmo da semana passada, mas meio ponto percentual acima do previsto há um mês. O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic a 2% ao ano na primeira reunião de 2021, decisão já esperada pelo mercado financeiro. A novidade foi a retirada do foward guidance, como foi classificada a política de não aumentar juros. Em nota, os técnicos do BC afirmaram que as condições para a manutenção da Selic rebaixada já foram cumpridas. O recado, porém, enfatizou que a derrubada da medida não significa o aumento automático da Selic nos próximos encontros. Analistas do mercado preveem que a taxa básica de juros comece a sofrer alterações a partir de agosto. A próxima reunião do Copom será entre os dias 16 e 17 de março.
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