Mercado prevê inflação e Selic mais altas em 2021; expectativa com PIB cai

Estimativa para o IPCA vai a 4,71% na 11ª semana seguida de revisão; após aumento inesperado da Selic para 2,75% pelo Copom, entidades consultadas pelo BC estimam taxa de juros a 5% ao ano

  • Por Jovem Pan
  • 22/03/2021 11h15 - Atualizado em 22/03/2021 11h49
Marcello Casal Jr/Agência Brasil Sede do Banco Central, em Brasília Banco Central elabora o Boletim Focus para medir as expectativas econômicas do mercado

O mercado financeiro revisou para cima as expectativas para a inflação e taxa de juros em 2021, ao mesmo tempo que reduziu a previsão do Produto Interno Bruto (PIB), segundo números divulgados pelo Boletim Focus nesta segunda-feira, 23. Economistas e entidades consultadas pelo Banco Central estimam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre o ano com alta de 4,71%, a 11ª revisão de alta seguida. Há uma semana, a expectativa para o indicador oficial da inflação era de 4,6%, enquanto há um mês batia em 3,82%. O valor se descola ainda mais do centro da meta de 3,75% perseguida pelo Banco Central, com margem para flutuar entre 2,25% e 5,25%. O IPCA registrou avanço de 0,86% em fevereiro, e acumula alta de 5,2% nos últimos 12 meses.

A expectativa de alta com o IPCA também fez o mercado alterar para cima pela segunda semana seguida o avanço da Selic para 5% em 2021, ante previsão de 4,5% na publicação passada e 4% há um mês. A taxa de juros é a principal ferramenta da autoridade monetária nacional para regular a inflação e foi ajustada de 2% para 2,75% pelo Comitê de Polícia Monetária do Banco Central (Copom) na semana passada, no primeiro movimento para cima em quase seis anos. Em nota, os membros do Copom apontaram o aumento como o início de um processo de normalização parcial, indicando que no próximo encontro, marcado para os dias 4 e 5 de maio, deve ser feito novo aumento na casa de 0,75 ponto percentual.

Dados do Boletim Focus também mostram novo arrefecimento das expectativas do mercado na recuperação da economia brasileira neste ano. Economistas e entidades passaram a apontar alta de 3,22% do PIB em 2021, a terceira semana de revisão para baixo. Na edição anterior, o número estava em 3,23%, enquanto há um mês chegava a 3,29%. A soma de todos os bens e serviços produzidos no Brasil em 2020 fechou com queda histórica de 4,1%. As fontes ouvidas pelo Banco Central congelaram a expectativa para o câmbio a R$ 5,30, o mesmo valor da semana passada, ante previsão de R$ 5,05 há um mês. O dólar opera em alta na manhã desta segunda-feira, cotado a aproximadamente R$ 5,54. Na semana passada, a moeda norte-americana encerrou  a R$ 5,48.

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