Em um mês, Programa De Braços Abertos cadastrou 386 usuários de crack em SP
Desde o ínicio do Programa De Braços Abertos da prefeitura de São Paulo, há cerca de um mês, 386 usuários de crack foram cadastrados para participar do programa. A prefeitura contabiliza os cadastros feitos até o dia 7 de fevereiro.
Segundo números da prefeitura apresentados hoje (12), neste período as equipes da Secretaria Municipal de Saúde fizeram 3.164 abordagens a usuários na região da Cracolândia, no centro da capital paulista. Deste total, 355 pessoas tiveram atendimento médico, 280 foram encaminhadas para serviços de saúde, 1.550 foram abordadas em hotéis e 979 nas tendas da prefeitura.
Lançado no dia 14 de janeiro, o programa busca atender aos dependentes oferecendo auxílio financeiro, moradia, trabalho e capacitação profissional.
O programa da prefeitura acolhe dependentes químicos em hotéis da região central e oferece uma bolsa para que eles trabalhem por quatro horas por dia no serviço de limpeza de ruas, calçadas e praças no centro da cidade. Cada usuário recebe um salário mínimo e meio, que inclui os gastos com alimentação, hospedagem, além de R$ 15 por dia de trabalho.
Na tarde de hoje, representantes do governo federal e da prefeitura se reuniram na sede do governo paulistano, no Viaduto do Chá, no centro da capital, para avaliar os resultados do programa. A reunião foi acompanhada pelo secretário nacional de Políticas sobre Drogas do Ministério da Justiça Vitore Maximiano.
“O Programa De Braços Abertos está em consonância com o Programa Crack, é Possível Vencer, do governo federal, com oferta de serviços na área de prevenção, cuidados e enfrentamento contra as drogas. De modo que nossa avaliação é bastante positiva: [o programa] envolve inclusão social, oferta de espaços digno de acolhimento e projetos com oferta de recursos para a profissionalização e expectativa de que as pessoas consigam um processo exitoso de recuperação da dependência química”, disse Maximiano, em entrevista hoje.
Para o secretário, a ação da prefeitura de São Paulo “tende a contribuir muito para diminuir o sofrimento de muitas pessoas que estão vivendo o uso abusivo de drogas”. No entanto, ele ressaltou que somente esta ação não será suficiente para resolver o problema da Cracolândia em São Paulo. “Seria muito ousado imaginar que o programa vai resolver o problema da Cracolândia, que é algo bastante complexo”, disse Maximiano. A solução, segundo ele, englobaria também um conjunto de ações duradouras, envolvendo as áreas de segurança, educação, saúde e assistência social. “Ainda há muito por fazer: os serviços ainda não são suficientes para atender a toda a demanda, mas os passos estão sendo dados”, ressaltou.
Segundo Maximiano, R$ 2 bilhões já foram gastos pelo governo federal, em todo o país, com o Programa Crack, é Possível Vencer, desde dezembro de 2011. Até o final deste ano, disse ele, R$ 4 bilhões serão investidos no programa.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.