França estuda decretar estado de emergência após protestos violentos

  • Por Jovem Pan
  • 02/12/2018 09h04
EFE Manifestantes entraram em confronto com a polícia nas ruas de Paris neste sábado (1º)

O governo da França não descarta decretar estado de emergência depois dos graves eventos ocorridos neste sábado (1º), em Paris, durante os protestos contra o aumento do preço dos combustíveis. De acordo com o porta-voz Benjamin Griveaux , “todas as medidas devem ser estudadas”.

“É preciso pensar em todas as medidas que podem ser tomadas para evitar que estas manifestações gravíssimas de violência se reproduzam nas ruas”, disse Griveaux neste domingo (2), em entrevista à emissora “Europe 1”, sobre a possível instauração do estado de emergência.

O Ministério do Interior francês atualizou os números de detidos durante toda a jornada de manifestações dos chamados “coletes amarelos”. Foram 412 detenções em nível nacional e 133 feridos, dos quais 23 eram membros das forças da ordem.

Segundo a “Europe 1”, sindicatos de policiais solicitaram ao governo que aplique a medida de exceção para evitar que as cenas de insurreição ocorridas em Paris, mas também em menor escala em cidades como Nantes, Toulouse e Marselha, se repitam na semana que vem, quando os “coletes amarelos” preveem fazer uma nova manifestação.

O governo se reunirá esta manhã no Palácio do Eliseu junto com o presidente Emmanuel Macron, que retornou da Cúpula do G20 em Buenos Aires.

Protestos

Após ter conseguido estabilizar a situação na noite deste sábado, em parte graças a uma forte chuva que dissuadiu os manifestantes, os serviços públicos trabalham desde o início da manhã na limpeza da Praça Charles de Gaulle, onde fica o Arco do Triunfo, que foi pichado e teve o seu interior vandalizado. As ruas paralelas à avenida Champs-Élysées também amanheceram com veículos e estabelecimentos comerciais queimados.

O movimento dos “coletes amarelos” surgiu há aproximadamente um mês de forma espontânea, sem filiação a nenhum grupo político e se organizou através das redes sociais para protestar contra um novo aumento dos impostos sobre os combustíveis, que o governo passará a aplicar em janeiro. As reivindicações, no entanto, se ampliaram posteriormente, desde o aumento do salário mínimo até a renúncia de Macron.

Segundo o Ministério do Interior, entre os manifestantes estavam infiltrados até 3 mil indivíduos violentos procedentes de facções de extrema-direita e extrema-esquerda.

*Com EFE

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