Irã aprova lei que permite enriquecimento de urânio acima do acordo nuclear

A medida entrará em vigor caso os Estados Unidos não retirem as sanções impostas ao país até fevereiro, um mês depois de Joe Biden assumir a presidência

  • Por Jovem Pan
  • 03/12/2020 11h44
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EFE/EPA/DEFENCE MINISTRY OFFICE HANDOUT A aprovação da lei aconteceu dias após o funeral do cientista nuclear Mohsen Fakhrizadeh, assassinado em uma emboscada

Nesta quarta-feira, 2, o Irã aprovou uma lei que permite o enriquecimento de urânio em níveis superiores ao que foi estabelecido no acordo nuclear de 2015. Além disso, o texto impede o acesso de inspetores internacionais em suas instalações nucleares, o que também representa uma violação no tratado. As medidas entrarão em vigor a não ser que as sanções impostas pelos Estados Unidos sejam suspensas até fevereiro, um mês depois da posse do democrata Joe Biden. A decisão aparenta ser o cumprimento das ameaças feitas ao país norte-americano nos últimos meses e, ao mesmo tempo, uma resposta ao assassinato do principal cientista nuclear iraniano, Mohsen Fakhrizadeh, na semana passada. Na própria quarta-feira, 2, Biden disse em entrevista ao jornal The New York Times que deseja retirar as sanções impostas ao Irã quando assumir a presidência dos Estados Unidos, retomando os termos do acordo nuclear.

O acordo nuclear de 2015 foi mediado pelo ex-presidente Barack Obama como forma de frear o programa nuclear iraniano. Nele, ficou estabelecido que os Estados Unidos, a China, a Alemanha, o Reino Unido e a França não fariam sanções ao Irã que, em contrapartida, deveria reduzir em 98% seu estoque de urânio enriquecido, além de permitir que suas instalações fossem fiscalizadas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). No entanto, o presidente Donald Trump se retirou do acordo em 2018 e voltou a sancionar o país do Oriente Médio que, desde então, vem enriquecendo urânio em quantidades maiores que o permitido.

*Com informações de agências internacionais

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