Quem era Darya Dugina, a filha de guru de Putin que morreu após carro explodir?

Vítima, de 29 anos, era jornalista e cientista política; russa defendia a guerra contra a Ucrânia

  • Por Jovem Pan
  • 21/08/2022 16h40
Reprodução/Telegram Darya Dugina Darya Dugina foi assassinada neste sábado, 20, quando o carro que dirigia explodiu perto de Moscou

A russa Darya Platonova Dugina, de 29 anos, filha de Alexander Dugin, um ideólogo ultranacionalista russo próximo ao presidente da RússiaVladimir Putin, era formada em Filosofia. Ela foi assassinada neste sábado, 20, quando o carro que dirigia explodiu perto de Moscou, segundo informações do Comitê de Investigação do país. Investigadores apontam que o caso ocorreu por um dispositivo explosivo colocado embaixo do veículo. O Comitê abriu uma investigação por homicídio. Apesar da morte de Darya, o alvo seria o próprio Alexander Dugin, tido como guru de Putin, já que ela dirigia o carro do pai. A vítima era jornalista e cientista política. Ela atuava como editora-chefe no site United World Internacional (UWI), que defendia a guerra contra a Ucrânia. Além disso, a russa trabalhava como comentarista do canal de TV nacionalista Tsargrad e do site Movimento Eurasiano Internacional. Inclusive, neste domingo, 21, a Tsargrad disse que Dasha, como era apelidada, sempre esteve na frente do confronto com o Ocidente. Em março, por exemplo, ela foi um dos alvos de sanções por parte dos Estados Unidos, acusada de promover desinformação sobre a guerra na Ucrânia. O Reino Unido também aplicou sanções a Darya pelo mesmo motivo, de acordo com o jornal americano The New York Times.

Caso

Neste sábado, 20, Darya dirigia perto da cidade de Bolshie Viaziomy, a cerca de 40 quilômetros de Moscou, ao volante de um Toyota Land Cruiser, quando o carro explodiu. Apesar da morte de Darya, o alvo seria o próprio Alexander Dugin, já que ela dirigia o carro do pai. Dugin é um intelectual e escritor ultranacionalista, teórico do neo-eurasianismo, ideia que prega a aliança entre Europa e Ásia e que vem sendo posta em prática e liderada pela Rússia. Ele defende a absorção da Ucrânia pela Rússia e está sujeito a sanções da União Europeia desde 2014, após a anexação russa da Crimeia. Nos últimos anos, a Ucrânia baniu vários livros de Dugin. O líder da República Popular de Donetsk (DNR), autoproclamado por separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia, Denis Pushilin, acusou as forças ucranianas do assassinato de Darya Dugina. “Terroristas do regime ucraniano tentaram liquidar Alexander Dugin, mas mataram sua filha”, disse Pushilin em sua conta no Telegram. Ainda não há informações sobre os responsáveis pelo crime. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia especula que a Ucrânia poderia estar por trás do ataque. Maria Zakharova, porta-voz da pasta, afirmou que se o rastro da investigação levasse ao país vizinho, então apontaria para uma política de “terrorismo de Estado” sendo perseguida por Kiev. A Ucrânia negou qualquer envolvimento.

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