Rússia ataca Kiev com ‘kamikaze’ em meio a rumores de envolvimento direto de Belarus no conflito

Putin se encontrou nesta segunda-feira, 19, com seu aliado Alexander Lukashenko, em Minsk; Ucrânia teme nova ofensiva nos primeiros meses de 2023

  • Por Jovem Pan
  • 19/12/2022 13h56 - Atualizado em 19/12/2022 13h58
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KONSTANTIN ZAVRAZHIN / SPUTNIK / AFP putin com presidente de Belarus Vladimir Putin, presidente da Rússia, e seu aliado Alexander Lukashenko

A Rússia realizou um novo ataque à capital da Ucrânia, Kiev, com drones kamikazes nesta segunda-feira, 19, momentos antes do presidente russo, Vladimir Putin, se encontrar com o aliado de Belarus, Alexander Lukashenko, em Minsk, e após ter anunciado a realização de exercícios conjuntos com a Marinha chinesa – treinamentos vão ser realizados nesta semana. Os ataques a capital, danificaram ainda mais as infraestruturas ucranianas que já estão em estado crítico devido a bombardeios anteriores. “Durante o alerta aéreo registramos 23 VANT (veículo aéreo não tripulado) inimigos no céu da capital. A defesa aérea destruiu 18 drones”, anunciou o comando militar de Kiev nas redes sociais. As forças russas utilizam munições de bombardeio conhecidas como “Shahed”, com as quais atingiram a capital ucraniana nas últimas semanas, acrescentou. O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, confirmou explosões nos distritos de Solomiansky e Shevchenkivskyi da capital e que várias infraestruturas críticas foram “danificadas”.

Após o ataque, a operadora ucraniana de energia DTEK anunciou apagões de emergência. “Durante toda a noite, drones inimigos tentaram atacar instalações de energia, o que provocou uma situação difícil para o sistema (…) e cortes de emergência em Kiev” e outras 10 regiões do país, afirmou a operadora Ukrenergo. Os ataques a capital se intensificaram a partir de outubro, depois que Moscou sofreu uma série de reveses militares. Desde então, a Rússia optou por bombardear em larga escala as centrais e infraestruturas de energia elétrica do país, o que deixou milhões de ucranianos sem luz e água às vésperas do inverno (hemisfério norte). As autoridades ucranianas temem uma nova ofensiva nos primeiros meses de 2023. Durante seu discurso diário, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky insistiu que “a proteção da fronteira com Rússia e Belarus é uma prioridade constante. Nos preparamos para todos os cenários possíveis”.

Visita de Putin a Belarus

Putin chegou a Belarus nesta segunda-feira, e foi recepcionado no aeroporto por seu homólogo de Belarus Alexander Lukashenko. A cúpula entre os dois líderes ocorre em um momento em que as autoridades ucranianas temem que a Rússia lance uma nova ofensiva em larga escala contra Kiev nos primeiros meses de 2023. O Exército russo alimentou esses temores, ao afirmar, nesta segunda-feira, que participaria de ações “táticas” em Belarus, depois que Minsk anunciou em outubro a formação de uma força conjunta com a Rússia composta por milhares de soldados. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, negou que o presidente russo tenha viajado para Belarus para convencer Minsk a se envolver diretamente no conflito na Ucrânia, chamando essas acusações de “estúpidas” e “sem fundamento”.

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