Observatório da Nasa identifica 715 planetas fora do sistema solar

  • Por Agencia EFE
  • 26/02/2014 17h03
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Washington, 26 fev (EFE).- O observatório espacial Kepler permitiu a identificação de pelo menos 715 planetas, quatro deles com condições que poderiam torná-los habitáveis, localizados fora do sistema solar, anunciou a Nasa nesta quarta-feira.

Kepler, lançado em março de 2009, é a primeira missão da Nasa cujo propósito é identificar “exoplanetas” e, segundo Douglas Hudgins, da Divisão de Astrofísica da agência espacial americana, “o telescópio mudou totalmente a busca”.

“Há apenas 20 anos só conhecíamos dúzias de possíveis candidatos a planeta exterior e agora temos cerca de mil, a maioria descobertos nos últimos cinco anos”, acrescentou Hudgings em uma teleconferência.

O método usado pelos cientistas durante anos é a “diminuição de luminosidade” que ocorre quando algum objeto transita em frente a uma estrela do ponto de vista da Terra e causa uma redução na luz vista.

O sistema de passagem, no entanto, não produz uma certeza já que pode haver outras razões pelas quais diminui a luminosidade de uma estrela vista da Terra, e, por isso, os cientistas acrescentaram uma técnica que a Nasa descreveu hoje como muito valiosa.

Jack Lissauer, cientista do Centro Ames de Pesquisa da Nasa em Moffet Field (Califórnia), explicou que entre as 150 mil estrelas observadas por Kepler, “só um par de milhares tem um padrão de diminuição da luminosidade por trânsito de um objeto”.

Se o padrão de passagem é múltiplo “não ocorre ao acaso”, acrescentou, mas responde à presença de candidatos mais firmes a planeta.

Jason Rowe, cientista do instituto SETI, em Mountain View (Califórnia), disse que “a presença de vários planetas em torno de uma estrela, como ocorre com nosso sistema solar, é bastante comum”.

“Em sua maioria são planetas pequenos, comparados com a escala dos planetas no sistema solar e, de fato, todos eles se encontram em sistemas multiplanetários e 95% são menores que Netuno. Encontramos poucos planetas do tamanho de Júpiter”, acrescentou Rowe.

“Os novos sistemas descobertos têm planetas com órbitas planas e circulares, como os planetas interiores de nosso sistema solar”, continuou o pesquisador.

Sara Seager, professora de ciência e física planetária no Instituto Tecnológico de Massachusetts, destacou que o novo sistema de identificação “nos permite comparar os candidatos em grupos e isto nos leva a analisá-los muito mais rápido”.

“Sabemos agora que os sistemas planetários podem ser muito diferentes de nosso sistema solar”, concluiu. EFE

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